Brasil está em destaque no 31º Festival de Cinema Africano de New York

O Film at Lincoln Center (FLC) e o African Film Festival, Inc. (AFF) celebrarão a 31ª edição do New York African Film Festival (NYAFF) de 8 a 14 de maio. Desde sua criação em 1993, o festival tem estado na vanguarda da apresentação de narrativas únicas de cineastas africanos e da diáspora por meio da imagem em movimento.

O tema deste ano, "Convergência do Tempo", explora a interseção dos papéis históricos e contemporâneos desempenhados por indivíduos representando a África e sua diáspora na arte. Com 91 filmes de mais de 30 países, o festival convida o público a mergulhar na convergência entre experimentalismo arquivístico e moderno, transcendendo tanto o espaço quanto o tempo.

"O 31º New York African Film Festival tem muito a oferecer em termos de homenagear as origens da amada indústria cinematográfica africana e da diáspora, bem como celebrar suas referências em obras-primas modernas", disse Mahen Bonetti, fundador do NYAFF e diretor executivo do AFF.

A seleção de abertura é a estreia norte-americana de Over the Bridge, longa-metragem de Tolu Ajayi sobre corrupção em Lagos. O filme acompanha Folarin, um bem-sucedido banqueiro de investimentos cuja empresa é contratada pelo governo para supervisionar um projeto de alto perfil, em busca de respostas quando o projeto dá errado, levando-o a uma remota vila de pescadores para juntar as peças do mistério.

A seleção de encerramento apresenta a estreia em Nova York de Dilli Dark, empolgante e hilariante longa-metragem de Dibakar Das Roy, que mostra os limites que o candidato a MBA nigeriano Michael Okeke irá ultrapassar para ter sucesso enquanto leva uma vida dupla como estudante e traficante de drogas no contexto da história de colonialismo, racismo e xenofobia da Índia.

O festival também apresentará as estreias norte-americanas de Fight Like a Girl, de Matthew Leutwyler, que retrata a história real de uma jovem congolesa (Ama Qamata da série de sucesso da Netflix Blood and Water) que encontra libertação ao se juntar a um clube de boxe exclusivamente feminino em Goma, liderado por um ex-criança-soldado treinador; e DELA: The Making of El Anatsui, documentário biográfico de Oyiza Adaba, que mergulha na vida de El Anatsui, o renomado escultor ganês, e reconhece triunfantemente a importância da rica herança artística e cultural da África.

Três longas-metragens terão suas estreias nos EUA:

Teacher Don’t Teach Me Nonsense, documentário de Yajaira De La Espada, que apresenta a vida e o legado empoderador do pai fundador da Tanzânia, Mwalimu Julius Nyerere, e a presidência recente do Dr. John Pombe Magufuli;

Time Spent with Cats Is Never Wasted, de Clive Will, uma peça austera de cinema lento que retrata um trabalhador de uma pequena cidade que encontra sucesso após vender um helicóptero feito de sucata e objetos encontrados, enquanto luta contra os habitantes locais que insistem em receber uma parte dos lucros;

e Under the Hanging Tree, de Perivi Katjavivi, um thriller policial duro seguindo a policial Christina, enquanto ela busca descobrir detalhes de um assassinato em uma fazenda de propriedade alemã na Namíbia atual, ambientado contra ecos da história de genocídio do país.

Cinco longas-metragens farão sua estreia em NY:

After the Long Rains, de Damien Hauser, um emocionante relato de Aisha, de 10 anos, que deseja se tornar pescadora para poder viajar para a Europa, e faz amizade com um pescador alcoólatra que promete ensiná-la;

Dynamite, romance musical de Uche Aguh, que mostra a músico Kiki em um casamento infeliz com seu marido/empresário e iniciando um romance vertiginoso com um baixista substituto em sua banda;

MK: Mandela’s Secret Army, documentário de Osvalde Lewat, a história pouco conhecida da vanguarda militar fundada pelo ícone global Nelson Mandela, exibido no 30º aniversário do Dia da Liberdade Sul-Africano;

This Is Lagos, comédia sombria de Kenneth Gyang, que apresenta o aspirante a rapper Stevo navegando pelos perigos de seu passado criminoso depois que uma fuga de um assalto dá errado;

e The Rhythm and the Blues, a história verdadeira do lendário músico de blues Eddie Taylor e sua luta contra a obscuridade, corrupção na indústria e apropriação cultural, estrelado pelo ator e músico Leon.

Uma adição emocionante ao festival deste ano é La Chapelle, interpretação surreal de Jean-Michel Tchissoukou sobre a relação entre África, cristianismo e colonialismo. Um longa-metragem clássico filmado na República Democrática do Congo nos anos 1980, esta sátira encantadoramente bizarra e mordazmente engraçada deixa o espectador questionando a relevância de espaço e tempo.

Entre muitos curtas estreando no NYAFF, não se pode perder Making Men, de Harold George. Pela primeira vez no NYAFF, a exibição do filme de George será acompanhada por uma performance de dança ao vivo de George e membros de sua trupe de dança, bem como uma discussão posterior. Uma brilhante questão de masculinidade, visualmente investigada por meio de imagens de costumes tradicionais, o filme fornece perguntas modernas com respostas ancestrais.

O Brasil estará em destaque, com o filme "A Última Festa", de Diego de Jesus, que será exibido com idioma português e legendas em inglês. O filme conta a história de jovens que se reúnem para uma festa antes de entrar em lockdown devido à COVID-19. Eles conversam sobre música, artes, trabalho e o futuro incerto, sem saber quando poderão se encontrar novamente.

O NYAFF apresentará um Town Hall de "Arte & Ativismo" no The Africa Center na quinta-feira, 2 de maio, às 18h, com os artistas Christian Nyampeta, Adama Delphine Fawundu e Taiwo Aloba, bem como o cineasta Arie Esiri, moderado pela antropóloga cultural, curadora e estudiosa Paulette Young.

A Master Class deste ano apresentada pelo AFF terá a cineasta independente veterana Ngozi Onwurah, que discutirá a arte de utilizar o cinema como uma ferramenta para desmascarar a dinâmica do status socioeconômico.

O evento acontecerá no Anfiteatro do Elinor Bunin Munroe Film Center, com ingressos disponíveis através de www.africanfilmny.org.

A exposição acontecerá no Anfiteatro do Elinor Bunin Munroe Film Center de quinta-feira, 9 de maio, a terça-feira, 14 de maio.

Os ingressos estarão à venda a partir de quinta-feira, 11 de abril, ao meio-dia, horário do leste.

O festival continua no Maysles Documentary Center em Harlem de 17 a 19 de maio e culmina no Brooklyn Academy of Music sob o nome de Film Africa de 24 a 30 de maio durante o Dance Africa.

Os programas do AFF são possíveis graças ao generoso apoio do National Endowment for the Arts, New York State Council on the Arts, New York Community Trust, NYC Department of Cultural Affairs, Bradley Family Foundation, Domenico Paulon Foundation, NYC & Company, Serviços Culturais Franceses, Manhattan Portage, Black Hawk Imports, Essentia Water, Consulado Geral da África do Sul, Fundação Nacional de Filmes e Vídeos e Motion Picture Enterprises.

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Fonte: Da redação