Brasileiro acusado de abuso infantil é libertado e gera revolta na Flórida

Marcus Martin Grubert, conhecido como o marido da cantora gospel Heloísa Rosa, foi liberado na última segunda-feira (24) após passar um mês detido no Condado de Osceola, Orlando, Flórida. Ele enfrenta acusações sérias de abuso sexual contra uma criança de apenas 6 anos, incidente que teria ocorrido aproximadamente um ano atrás.

A decisão de soltura ocorreu após o promotor Trevor Persenaire decidir descartar provas fundamentais, incluindo o achado de material genético de Marcus no pijama da possível vítima.

A advogada Anna Alves-Lázaro, fundadora da Hope & Justice Foundation, organização que oferece suporte à mãe da vítima, expressou indignação com a decisão judicial. Além da liberdade concedida a Grubert, foram revogadas medidas protetivas que o proibiam de contatar a vítima e testemunhas do caso. "É inaceitável que um único promotor possa desconsiderar um ano de investigação e descartar evidências tão significativas", afirmou Alves-Lázaro.

A mãe da vítima, cuja identidade está sendo preservada, apelou à comunidade brasileira para que se mobilize contra a decisão. "A advogada de Grubert está afirmando que ele foi inocentado, o que não é verdade, pois não houve sequer um julgamento", destacou Alves-Lázaro. Ela enfatizou a importância de questionar as autoridades estaduais sobre os motivos que levaram à rejeição do caso, apesar das evidências coletadas ao longo de um ano de investigação.

Em um desenvolvimento recente, um áudio comprometedor foi divulgado pela acusação nesta quarta-feira (26). Nele, líderes da Igreja Alcance, incluindo Juliana Sabirá, esposa do pastor Paulo Sabirá, relatam que Marcus Grubert confessou o crime diante de membros da igreja em Orlando, incluindo a própria Heloísa Rosa. Esta confissão contradiz uma declaração anterior da igreja, que afirmava que Marcus nunca havia admitido a culpa. O áudio confirma a versão da mãe da vítima e fortalece a determinação da comunidade em buscar justiça.

Anna Alves-Lázaro enfatizou a importância de não apenas buscar justiça para este caso específico, mas também de assegurar que outras potenciais vítimas estejam protegidas. "A decisão questionável pode enviar uma mensagem errada a outros possíveis abusadores na nossa comunidade", alertou. Ela pediu à comunidade para pressionar o governador Ron DeSantis e a procuradora-geral do estado, Ashley Moody, a revisar cuidadosamente o caso e explicar publicamente por que as evidências foram desconsideradas.

Este caso não apenas destaca preocupações com o sistema judicial da Flórida, mas também levanta questões sobre a proteção das vítimas de abuso infantil e a responsabilidade das autoridades em garantir um processo legal justo. A mobilização comunitária é vista como crucial para garantir que a verdade seja estabelecida e que a justiça prevaleça em nome da criança envolvida neste caso sensível.

Fonte: Da redação