Após um mês, família tenta saber como baleado nos EUA foi transferido para hospital no Brasil

Um mês após Webert Mateus de Paula Reis, de 29 anos, ser transferido misteriosamente dos Estados Unidos para o Hospital João 23, em Belo Horizonte, sua família ainda busca entender os detalhes desse episódio surpreendente.

Reis foi internado no hospital mineiro em 15 de junho após ter sido baleado durante um assalto na Filadélfia (Pensilvânia), há dois anos. Desde então, ele enfrenta dificuldades severas de locomoção e comunicação.

Segundo Sirlene Nunes, advogada que acompanha a família, a transferência para o Brasil ocorreu sem prévia comunicação ao hospital brasileiro ou à própria família. "A gente precisa saber se é de praxe os Estados Unidos ter esse tipo de comportamento. Aqui no Brasil não é", questionou a advogada.

Para custear os gastos, uma campanha foi criada nos Estados Unidos, embora a esposa de Reis tenha negado ter pago pela transferência. No momento da chegada ao Brasil, Reis estava acompanhado por dois médicos americanos em uma UTI aérea. No entanto, a Polícia Federal descobriu que havia um mandado de prisão contra ele, relacionado a um incidente criminal ocorrido em Governador Valadares, Minas Gerais, em 2013.

Reis foi preso na ocasião por envolvimento em um assalto e posteriormente decidiu deixar o país enquanto aguardava o desfecho do processo judicial. Após ser julgado à revelia no Brasil, foi condenado a 6 anos de prisão, resultando na expedição do mandado de prisão.

Ao desembarcar em solo brasileiro, mesmo hospitalizado, Reis foi considerado preso pela PF e estava sob escolta. A defesa conseguiu posteriormente converter a prisão em detenção domiciliar. "Se ele sair do hospital e receber alta [médica], vai para casa ficar em domiciliar", explicou Nunes.

"É um alívio estar perto do meu filho, que é um pedacinho do meu coração", desabafou Maria José Paula Reis, mãe de Webert, expressando o alívio de ter seu filho próximo após tantas reviravoltas.

O caso continua a intrigar tanto a família quanto as autoridades, destacando a complexidade dos procedimentos legais envolvendo transferências internacionais e mandados de prisão.

Fonte: Da redação