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Publicado em 2/08/2024 as 8:00am

Xerife do Arizona está por trás do plano extremista de imigração de Trump

Joe Arpaio, ex-xerife do condado de Maricopa, Arizona, tornou-se sinônimo de animosidade contra...

Joe Arpaio, ex-xerife do condado de Maricopa, Arizona, tornou-se sinônimo de animosidade contra imigrantes durante seu extenso período no cargo. Agora com 92 anos, Arpaio fez uma aparição inesperada na Convenção Nacional Republicana (RNC) em Milwaukee, sendo recebido como um herói de guerra, apesar de não estar na lista oficial de palestrantes. Durante o evento, ele vagou pelo local, posou para fotos com figuras como Newt Gingrich e declarou seu entusiasmo por Donald Trump, chamando-o de “o único herói que já tive na vida”.

A aparição de Arpaio foi um prelúdio inquietante para a proposta de Trump de uma “deportação em massa”, um plano que suscitou ceticismo entre especialistas. A proposta, que inclui até mesmo desafios à “cidadania por nascimento”, garantida pela Constituição dos EUA, visa deportar os aproximadamente 11 milhões de imigrantes indocumentados no país. Jornalistas como Radley Balko estimam que a operação custaria mais de 210 bilhões de dólares, um valor superior ao orçamento do Exército dos EUA. O Washington Post descreveu o plano como “sem precedentes”, e o New York Times o qualificou como uma “expansão extrema” da repressão à imigração durante o primeiro mandato de Trump.

Embora a proposta de Trump pareça exagerada, a história recente revela que medidas extremas contra imigrantes são viáveis. Arpaio, por exemplo, governou Maricopa por mais de 20 anos, deportando dezenas de milhares de pessoas com o apoio das leis estaduais e federais. Seus “patrulhas de saturação” e “operações de supressão de crimes” eram exibidas na mídia, com Arpaio frequentemente desafiando os repórteres a verem seus campos de detenção, onde, segundo ele, os “mexicanos” eram mantidos. Durante muito tempo, a inação da sociedade permitiu que esses abusos continuassem sem controle.

A ex-governadora do Arizona, Janet Napolitano, agora critica o plano de deportação em massa de Trump, apesar de ter sido uma testemunha direta da inação governamental frente aos abusos de Arpaio. Sua amizade com o ex-xerife contribuiu para a lenta resposta das autoridades. Apenas quando ativistas latinos reuniram evidências irrefutáveis sobre as violações de Arpaio, a atenção pública foi atraída, embora ele nunca tenha enfrentado punição devido ao perdão concedido por Trump. A discriminação contra latinos persiste no condado de Maricopa, reforçando a sensação de impunidade que encoraja Trump e seus aliados.

O Projeto 2025, apoiado pela Heritage Foundation, delineia um plano que prevê um reinado de terror e prisões em massa, inspirado pelo medo de fraudes eleitorais e pela teoria da “Grande Substituição”, que insinua uma conspiração envolvendo imigrantes não brancos. Stephen Miller, ex-conselheiro sênior de Trump e coautor do Projeto 2025, descreveu um plano que envolve a colaboração de forças policiais locais e estaduais, além de agências federais como a DEA e o ATF, com potencial para a criação de campos de detenção ao longo da fronteira com o México.

A retórica anti-imigração na RNC evocou ecos perturbadores de discursos históricos, com o governador do Texas, Greg Abbott, descrevendo migrantes como “estupradores, assassinos e até terroristas”. As palavras e ações dos líderes republicanos reforçam um falso dilema entre imigrantes “bons” e “maus”, ignorando os benefícios econômicos que os imigrantes trazem e a evidência de que são menos propensos a cometer crimes do que os nativos.

A retórica de Trump, que compara imigrantes a “veneno no sangue” dos EUA, é um reflexo sombrio das políticas que já vimos antes. Com um passado de abusos e uma proposta que desafia o Estado de Direito, o plano de deportação em massa de Trump não deve ser subestimado. A história demonstra que medidas extremas podem ser implementadas, e a memória de Arpaio serve como um lembrete inquietante de como tais políticas podem se concretizar.

Fonte: Da redação

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