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Publicado em 3/08/2024 as 1:00pm

Policial brasileiro condenado por homicídio em Goiás é preso em Atlanta (GA)

Fonte: Da redação

Policial brasileiro condenado por homicídio em Goiás é preso em Atlanta (GA) Paulo foi preso em Atlanta, Geórgia

O policial militar Paulo Antônio de Souza Júnior, condenado pela morte do adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, foi preso em Atlanta, Estados Unidos. A detenção ocorreu no dia 17 de julho, e foi realizada pelo Departamento de Imigração (ICE, sigla em inglês) responsável pela captura de imigrantes sem documentação. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (31) pelo repórter Honório Jacometto, da TV Anhanguera.

Paulo Antônio estava foragido desde outubro de 2023, quando, após um expediente administrativo que realizava para remissão de pena, não retornou ao presídio militar onde estava cumprindo sua condenação. A fuga do policial desencadeou uma ampla operação de busca e captura que culminou em sua inclusão na lista vermelha da Interpol em fevereiro deste ano. Esta lista é um mecanismo internacional utilizado para localizar e prender fugitivos procurados pela justiça em todo o mundo.

A prisão de Paulo Antônio nos Estados Unidos marca um momento significativo no caso, mas o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) ainda não forneceu uma previsão sobre quando o policial será extraditado para o Brasil. A demora no processo se deve ao fato de que o TJGO ainda não recebeu uma notificação oficial sobre a prisão de Paulo Antônio.

A captura de Paulo Antônio de Souza Júnior é um desdobramento importante para a família da vítima, que tem aguardado justiça desde o crime ocorrido em abril de 2017. A tragédia se desenrolou em Goiânia, onde o adolescente Robertinho, então com 16 anos, foi morto a tiros durante uma ação policial controversa. O caso chocou a opinião pública e levantou questões sobre o uso da força e a conduta policial.

Na noite do crime, Paulo Antônio, junto com outros dois policiais militares, Cláudio Henrique da Silva e Rogério Rangel Araújo Silva, estava fora de serviço e se dirigiu à residência da família de Robertinho. De acordo com as investigações, os policiais foram à casa para desligar o relógio de energia, uma ação que provocou uma reação inesperada do pai da vítima, Roberto Lourenço. Após o desligamento da energia, Roberto, que havia adquirido uma arma após sofrer um assalto, disparou um tiro para o alto, em um gesto de alerta.

A resposta dos policiais foi imediata e violenta. Eles dispararam vários tiros de fora para dentro da casa, atingindo Robertinho com mais de dez balas, resultando em sua morte no local. Roberto Lourenço também foi baleado, sendo socorrido e posteriormente liberado, mas continua a sofrer de dores devido aos projéteis que ainda permanecem em seu corpo.

Durante o julgamento, em junho de 2023, Paulo Antônio de Souza Júnior foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pela morte de Robertinho e pelos ferimentos infligidos a seu pai. Rogério Rangel Araújo Silva e Cláudio Henrique da Silva, os outros dois policiais envolvidos, também foram condenados a 10 anos e 8 meses de prisão cada um. O processo judicial foi marcado por uma série de adiamentos e desafios legais.

O pai da vítima, Roberto Lourenço, descreveu a dor incessante que sente desde a perda de seu filho: "Parece que [a morte] foi ontem, é uma dor sem fim." Esse sentimento de perda e a busca por justiça foram amplamente divulgados e discutidos na mídia, trazendo atenção nacional e internacional para o caso.

A detenção de Paulo Antônio em Atlanta e o processo de extradição subsequente são esperados para avançar a busca por justiça e responsabilização. A comunidade e a família de Robertinho permanecem atentos aos desenvolvimentos e esperam que a justiça seja finalmente servida, dando um fechamento a um caso que abalou a cidade de Goiânia e levantou importantes questões sobre o comportamento e a responsabilidade das forças policiais.

O acompanhamento das autoridades brasileiras sobre a extradição e o cumprimento da pena de Paulo Antônio de Souza Júnior continua, enquanto a família da vítima aguarda a conclusão desse capítulo doloroso.

 



 

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