Mais de 20 milhões de migrantes ilegais cruzaram a fronteira dos EUA

Kamala Harris fez sua primeira visita à fronteira sul dos Estados Unidos desde que se tornou a candidata presidencial democrata, acusando Donald Trump de focar em "retórica em vez de resultados". Trump, por sua vez, criticou o governo, afirmando que "Kamala Harris permitiu a entrada de 21 milhões de imigrantes ilegais de todo o mundo".

Embora as travessias tenham atingido níveis recordes sob a presidência de Biden, os números diminuíram significativamente nos últimos meses. A questão é: qual é a evidência por trás da afirmação de Trump e o que sabemos sobre os imigrantes que cruzam a fronteira ilegalmente?

Até agora, as autoridades de fronteira dos EUA registraram mais de 10 milhões de "encontros" com migrantes desde janeiro de 2021, quando Joe Biden assumiu o cargo. Isso inclui cerca de 8 milhões que cruzaram a fronteira terrestre com o México. Durante a administração Trump, houve 2,4 milhões de encontros nessa mesma fronteira.

Os encontros aumentaram no início de 2020, mas a pandemia fez com que os números caíssem temporariamente. É importante notar que esses encontros não representam o número total de indivíduos que permanecem nos EUA, pois muitos migrantes são enviados de volta e uma mesma pessoa pode ser registrada várias vezes.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA estimou que cerca de 11 milhões de migrantes ilegais viviam no país em janeiro de 2022, com a maioria tendo chegado antes de 2010.

As políticas governamentais impactaram as travessias na fronteira. Tanto as administrações Trump quanto Biden usaram uma medida de saúde pública relacionada à Covid-19 para expulsar rapidamente migrantes. Entre março de 2020 e maio de 2023, quase três milhões de expulsões ocorreram sob essa política, mas os encontros continuaram a aumentar, impulsionados por fatores como a instabilidade política e econômica em países como a Venezuela.

Recentemente, a administração Biden emitiu uma ordem executiva para deportar rapidamente migrantes na fronteira, resultando em uma redução de 20% nos encontros após um mês da implementação.

Os dados indicam que a maioria dos migrantes que cruzam a fronteira sul dos EUA vem de países próximos nas Américas, com um grande número de mexicanos, venezuelanos e guatemaltecos entre eles.

Trump frequentemente menciona que muitos migrantes ilegais têm registros criminais, mas não há números disponíveis publicamente sobre quantos passaram tempo em prisões. De acordo com dados da Patrulha de Fronteira, cerca de 15.608 dos 1,5 milhão de encontros nesta temporada fiscal tiveram antecedentes criminais.

Trump também afirma que a Venezuela tem enviado prisioneiros para os EUA, mas observatórios independentes negam essa alegação, indicando que a queda do crime no país se deve a outros fatores.

Fonte: Da redação