Trump ataca Harris sobre imigração em sua terra natal, a Califórnia: ‘Um paraíso perdido’

O ex-presidente Trump fez críticas à vice-presidente Harris em sua cidade natal, na Califórnia, na noite de sábado, manifestando sua insatisfação com os migrantes e a imigração ilegal no estado. Durante um comício em Coachella, Trump usou parte de seu discurso para denunciar o que chamou de um “paraíso perdido” na Costa Oeste, responsabilizando Harris, candidata presidencial democrata, pelos crimes violentos, problemas na fronteira e alta inflação.

“Não vamos deixar que ela destrua nosso país como fez com São Francisco”, afirmou Trump sobre sua rival na corrida presidencial, que antes foi procuradora distrital da cidade no norte da Califórnia, além de procuradora-geral e senadora dos EUA. “É um paraíso perdido, mas vamos trazê-lo de volta”, insistiu.

O ex-presidente dedicou a maior parte de seu discurso, no 25º distrito congressional, a criticar as políticas de imigração que Harris apoiou na administração Biden, utilizando uma linguagem alarmante para condenar os “criminosos cruéis e sedentos de sangue” e as “gangues selvagens” que, segundo ele, estão dominando a Califórnia. Trump alegou que Harris autorizou uma onda de pessoas perigosas a entrar no estado enquanto ocupava posições de destaque. “Ela importou um exército de estrangeiros ilegais”, disse ele, sem apresentar evidências, “das masmorras do terceiro mundo”. “Eles agora vivem felizes na Califórnia”, acrescentou.

O candidato republicano, que disputa com Harris em várias pesquisas estaduais acirradas, afirmou incorretamente que ela “reassentou” criminosos não cidadãos “de prisões e cadeias” em comunidades locais. “Eles agora podem atacar cidadãos inocentes”, lamentou, prometendo, mais tarde, “resgatar o povo” das mãos de Harris.

A imigração frequentemente aparece como uma das principais preocupações dos eleitores, e Trump aproveitou sua breve visita para destacar algumas das posições mais liberais de Harris, incluindo a alegação de que ela é a favor da abolição da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE). Um grupo de democratas progressistas manifestou apoio à redução ou eliminação da agência, mas esses apelos não ganharam força dentro do partido e enfrentaram resistência, especialmente dos moderados. Harris havia prometido cortar parte do financiamento do ICE durante sua campanha pela indicação democrata em 2020, mas desde então se distanciou dessa posição enquanto serve no governo Biden e busca a presidência em novembro.

À medida que as eleições se aproximam, onde os candidatos costumam se concentrar em questões locais, Trump enfatizou mais a imigração do que problemas internos, como empregos e economia. Ele revitalizou a retórica em torno do muro na fronteira, que foi um marco de sua campanha de 2016 contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e dominou sua administração.

“Fecharei a fronteira no primeiro dia”, prometeu Trump. No meio de seu discurso, ele se mostrou cada vez mais indignado com a presença de imigrantes ilegais em todo o país, desviando-se da Califórnia e falando a um público nacional. Ele pediu a pena de morte para qualquer imigrante ilegal que mate um cidadão americano ou um oficial da lei, além de afirmar que usaria forças especiais para deportar imigrantes ilegais estado por estado.

“A invasão de migrantes termina e a restauração do nosso país começa”, declarou Trump, dirigindo-se à multidão. Ele também utilizou uma linguagem provocativa ao se referir à sua rival política. “No dia em que eu assumir o cargo, ela estará acabada”, gritou. Embora a visita de Trump à Califórnia, um estado tradicionalmente democrata, não deva afetar significativamente sua posição na corrida, alguns analistas eleitorais e pesquisadores comentaram ao The Hill que isso poderia impactar disputas importantes no Congresso, especialmente nos 22º e 27º distritos eleitorais, ambos representados por titulares republicanos e próximos a Coachella.

Fonte: Da redação