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Publicado em 15/10/2024 as 12:00pm

Trump pede pena de morte para imigrantes que assassinarem cidadãos norte-americanos

Durante um comício em Aurora, Colorado, nesta sexta-feira (11), Donald Trump retratou os...

Durante um comício em Aurora, Colorado, nesta sexta-feira (11), Donald Trump retratou os imigrantes como criminosos perigosos e defendeu a pena de morte para migrantes que assassinarem cidadãos americanos, intensificando sua retórica anti-imigração, uma das principais bandeiras de sua campanha presidencial. "Estou pedindo a pena de morte para qualquer migrante que matar um cidadão americano ou um policial", declarou Trump, sendo aplaudido por uma grande multidão de apoiadores.

Candidato republicano à presidência, Trump tem endurecido sua posição sobre a imigração nas últimas semanas da campanha, em sua tentativa de derrotar a democrata Kamala Harris na eleição de 5 de novembro. A imigração ilegal é uma preocupação central para muitos eleitores, e as pesquisas indicam que a maioria considera Trump o mais capacitado para lidar com o tema.

A visita de Trump a Aurora, uma cidade localizada em um estado historicamente democrata, foi vista como uma oportunidade para explorar a relação da cidade com a imigração e retratá-la como uma "zona de guerra" controlada por gangues venezuelanas. Durante o debate presidencial contra Kamala Harris, o republicano afirmou em rede nacional que membros da gangue "Tren de Aragua" dominavam diversos complexos de apartamentos em Aurora. O rumor começou após a viralização de um vídeo de homens armados entrando em um apartamento, mas diversas autoridades da cidade refutaram essas alegações.

Após o debate, o prefeito de Aurora, Mike Coffman, também republicano, declarou que as preocupações sobre atividades de gangues venezuelanas foram "grosseiramente exageradas" e convidou Trump a visitar a cidade. No comício, cercado por pôsteres de supostos membros da gangue venezuelana, Trump afirmou que, se eleito, lançaria uma "Operação Aurora" nacional para combater essas gangues. "Vou resgatar Aurora e todas as cidades que foram invadidas e conquistadas", disse ele. "Vamos prender esses criminosos sanguinários ou expulsá-los do nosso país." No entanto, as estatísticas do Departamento de Polícia de Aurora indicam que crimes graves na cidade diminuíram em relação ao ano anterior.

A terceira campanha presidencial de Trump tem dado destaque ao que ele chama de "crime de migrantes", apesar de estudos acadêmicos demonstrarem que imigrantes não cometem crimes em uma taxa maior que a de cidadãos nativos. Quase metade dos estados dos EUA proíbe a pena de morte, e embora exista a pena de morte federal, ela é raramente aplicada, segundo o Death Penalty Information Center. Ampliar os crimes puníveis com a pena de morte exigiria uma ação do Congresso. Trump já propôs a aplicação da pena de morte para outros crimes, como o tráfico sexual de mulheres e crianças.

A campanha de Kamala Harris ainda não comentou a proposta de Trump até a última atualização desta reportagem. Harris, que endureceu sua postura sobre a segurança das fronteiras desde que se tornou candidata em agosto, culpa Trump por ter impedido a aprovação de um projeto bipartidário de segurança de fronteiras no Congresso no início deste ano.

A controvérsia sobre a atividade de gangues em Aurora começou com o esforço da cidade para pressionar o proprietário de vários complexos de apartamentos a resolver problemas de manutenção, lixo e infestações de pragas. O assunto ganhou atenção nacional no final de agosto, quando um vídeo de homens armados em um dos complexos viralizou, atraindo a atenção da mídia e de influenciadores de direita. Esses edifícios se tornaram populares entre os migrantes que chegavam à cidade porque não exigiam números de Seguro Social, explicou Ashley Cuber, advogada de imigração com clientes em um dos prédios, à Reuters.

Uma empresa de relações públicas contratada pelo proprietário, a CBZ Management, afirmou no início de agosto que membros da gangue "Tren de Aragua" haviam tomado controle das propriedades e que os trabalhadores não podiam entrar com segurança, segundo documentos obtidos pela Reuters. A CBZ Management não respondeu aos pedidos de comentário. V Reeves, organizadora comunitária da Housekeys Action Network, disse que os moradores estavam apreensivos com a visita de Trump. "Eles temem que apoiadores de Trump apareçam e os ameacem", disse Reeves.

Na quinta-feira, a Reuters visitou dois dos complexos de apartamentos no centro da controvérsia e encontrou janelas quebradas e lixo espalhado. Em um dos prédios, foram instaladas estações de câmeras portáteis da polícia, segundo os moradores. Jesus, um venezuelano de 30 anos que trabalha como paisagista e vive em um dos complexos, disse que todos os venezuelanos estão sendo culpados pelas ações de alguns. "Nem todos nós somos pessoas ruins", afirmou Jesus, que preferiu não revelar seu sobrenome. Cindy Romero, uma ex-moradora do complexo que gravou as imagens com suas câmeras de segurança, já se mudou. Em entrevista, ela disse que sempre foi democrata e votou em Biden em 2020, mas que agora está inclinada a votar em Trump devido à sua experiência com o crime. Segundo ela, a campanha de Trump a convidou para o comício de sexta-feira.

Fonte: Da redação

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