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Publicado em 23/10/2024 as 10:00am

Brasileira vai votar pela primeira vez nos EUA e diz estar preocupada com xenofobia e violência

Suzane Sena, 43 anos, baiana residente nos Estados Unidos há quase uma década, expressou com...

Suzane Sena, 43 anos, baiana residente nos Estados Unidos há quase uma década, expressou com orgulho sua participação na eleição americana deste ano. Esta será a primeira vez que ela vota como cidadã norte-americana, um marco em sua trajetória de imigrante. Suzane, que vive em Nova York, destaca seu apoio à candidata democrata Kamala Harris, mas também alerta para a polarização e o risco de violência no país.

Em entrevista para Jamil Chade, colunista do UOL, Suzane, que obteve a cidadania há três anos, compartilhou suas reflexões sobre a importância desse momento: "Vejo isso como uma extrema responsabilidade, especialmente entendendo que o que acontece nas eleições americanas reverbera mundo afora". Para ela, o voto não é apenas um ato cívico, mas um dever de contribuir para decisões que impactam o futuro global.

Trajetória de Imigrante

Suzane chegou aos EUA inicialmente para uma visita à irmã, mas decidiu ficar para estudar inglês, atuação e produção cultural. A trajetória de sucesso incluiu um estágio em espetáculos na Broadway, como Spiderman e Promise, Promise. Anos depois, ela fundou sua própria produtora, a Osupa Productions.

"Conseguir trabalhar com grandes produções em Nova York foi um sonho. Quando abri minha própria produtora, senti que estava realizando algo ainda maior para a comunidade brasileira e imigrante", disse Suzane.

 

Apoio a Kamala Harris

Na primeira eleição em que poderá votar, Suzane não hesita em declarar sua escolha: "Sem muito esforço a Kamala (Harris) certamente terá meu voto. Essa eleição será histórica. A possibilidade de eleger uma mulher negra extremamente bem-educada e preparada logo na minha primeira eleição me alegra muito".

Para Suzane, Harris representa uma esperança de mudança, principalmente em questões relacionadas à imigração e à recuperação econômica pós-pandemia.

 

A Imigração no Centro do Debate

A brasileira critica a forma como a imigração foi tratada nas últimas eleições, especialmente durante o mandato do ex-presidente Donald Trump. "Assim que ele tomou posse, ele aumentou consideravelmente todas as taxas para solicitação do green card, impossibilitando o acesso dos documentos para várias pessoas", relembra. Ela também destacou o aumento da retórica xenofóbica, culpando os imigrantes pelos problemas do país.

A crise econômica agravada pela pandemia de covid-19 intensificou o discurso anti-imigração. "A realidade é que o país não se recuperou economicamente depois da covid-19, e o ex-presidente usa isso como plataforma política", afirma.

 

Preocupações com a Violência

Suzane também expressa preocupação com a polarização política e o risco de violência nas ruas. "Tanto no dia de votação quanto na divulgação de quem foi eleito, temos que tomar bastante cuidado. O clima está tenso, e o medo de conflitos é real", alerta.

Ela conclui ressaltando o aumento da hostilidade contra imigrantes, particularmente contra mexicanos e asiáticos em Nova York. "Acho que a hostilidade aumentou muito para os imigrantes de uma maneira geral. Mas em Nova York, os mexicanos e asiáticos sofrem ainda mais".

Com sua participação na eleição, Suzane Sena exemplifica o peso do voto dos imigrantes, que buscam garantir um futuro melhor em seu novo lar, mas não deixam de enfrentar os desafios de uma sociedade em transformação.

Fonte: Da redação

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