Elon Musk se defende após reportagem afirmar que ele foi imigrante indocumentado nos EUA

Em uma rara série de postagens sobre sua própria jornada imigratória, Elon Musk compartilhou novos detalhes, suscitando reações e questionamentos entre especialistas e críticos. A revelação ocorre após uma reportagem do Washington Post apontar que Musk trabalhou sem autorização nos Estados Unidos no início de sua carreira, durante a fundação de uma startup no Vale do Silício nos anos 90. A matéria, baseada em documentos judiciais e depoimentos de ex-associados, indicou que investidores temiam a deportação do empresário.

Em resposta, Musk negou as acusações em sua plataforma X (antigo Twitter), onde também possui mais de 200 milhões de seguidores, muitos dos quais acompanham suas críticas frequentes sobre imigração ilegal. O empresário alegou que tinha autorização para trabalhar nos EUA, acusando o presidente Biden de mentir ao fazer referência ao artigo.

Musk declarou que começou sua jornada nos EUA com um visto J-1, destinado a visitantes de intercâmbio, e posteriormente obteve um H-1B, voltado a profissões especializadas. Entretanto, especialistas observam que o J-1, geralmente vinculado a uma instituição acadêmica, exige que o portador esteja matriculado em um curso de estudos. Musk não mencionou qual instituição patrocinou seu J-1, mas ele é conhecido por ter abandonado a pós-graduação em Stanford para fundar sua primeira empresa.

O advogado Greg Siskind afirma que, ao abandonar o programa acadêmico, Musk teria perdido o direito de trabalhar com o J-1. “Para se qualificar para trabalhar enquanto estudante J-1, Musk precisaria estar matriculado em um curso integral,” explicou Siskind. Outros especialistas afirmam que Musk estaria admitindo que, de fato, trabalhou ilegalmente na época, embora detalhes sobre como ele regularizou sua situação não tenham sido divulgados.

A trajetória de Musk como imigrante ganhou peso adicional, especialmente após sua aquisição do X, em 2022. Em suas postagens, ele frequentemente defende uma reforma imigratória e expressa críticas à imigração ilegal, temas que têm atraído apoio e oposição entre seus seguidores. Defensores de Musk o descrevem como um exemplo do “sonho americano”, enquanto críticos veem uma postura contraditória em sua retórica em relação à imigração.

Para muitos, a discussão em torno do status de imigração de Musk não é apenas uma questão legal, mas também ética. Siskind observa que ele, sendo um imigrante que enfrentou desafios no sistema, deveria ser mais compreensivo com os que enfrentam barreiras semelhantes.

Ao revisitar o histórico imigratório de Musk, especialistas destacam o aumento da fiscalização de vistos estudantis após os atentados de 11 de setembro. Embora o sistema de monitoramento fosse menos rígido na década de 90, os atuais desafios para quem busca uma vida legal nos EUA são consideráveis, especialmente para imigrantes indocumentados.

Fonte: Da redação