Publicado em 1/11/2024 as 8:00am
Brasileira assume culpa e aceita acordo judicial em caso de duplo homicídio na Virgínia
A au pair brasileira Juliana Peres Magalhães, 24, envolvida em um caso de duplo homicídio que...
A au pair brasileira Juliana Peres Magalhães, 24, envolvida em um caso de duplo homicídio que chocou a comunidade local, aceitou nesta terça-feira um acordo judicial, assumindo culpa por homicídio culposo na morte de Joseph Ryan. Ela trabalhava na casa de Brendan e Christine Banfield quando o crime ocorreu em 2023, e agora compromete-se a testemunhar contra seu ex-patrão, Brendan Banfield, apontado como o principal acusado.
O que se sabe até agora
Os eventos se desenrolaram na manhã de 24 de fevereiro de 2023, quando Juliana ligou para o serviço de emergência relatando que um amigo havia sido ferido na casa dos Banfield. Segundo autoridades, Brendan Banfield assumiu a ligação e relatou à central de atendimento que um homem desconhecido havia invadido a casa e sido alvejado. Contudo, investigações subsequentes revelaram que não havia sinais de arrombamento, descrevendo a cena como "horrenda e perturbadora".
Naquele dia, Christine Banfield foi encontrada com ferimentos graves de faca e, mais tarde, declarada morta no hospital.
Inicialmente, a brasileira foi acusada de homicídio em segundo grau e porte de arma para cometer crime, mas, como parte do acordo, as acusações foram reduzidas para homicídio culposo, e a de uso de arma foi retirada. Ela poderá cumprir até 10 anos de prisão e deve receber sua sentença em março.
Acusações e detalhes do crime
Brendan Banfield, marido de Christine Banfield e patrão de Juliana, enfrenta quatro acusações de homicídio qualificado e porte de arma para cometer crime. A teoria dos promotores sugere que Banfield e a brasileira mantinham um relacionamento amoroso e teriam planejado o assassinato de Christine para ficarem juntos.
Em abril, durante uma audiência, surgiram evidências de que o casal frequentou um estande de tiros pouco antes dos assassinatos, onde Banfield adquiriu uma arma usada no crime. Fotografias dos dois juntos e peças íntimas de Juliana teriam sido encontradas no quarto do casal, reforçando a linha de investigação.
Outro elemento revelado pelas investigações indica que Joseph Ryan teria sido atraído para a casa dos Banfield após interações em um site de fetiche, onde ele acreditava estar em contato com Christine Banfield. As autoridades, entretanto, suspeitam que outra pessoa estivesse enviando as mensagens que teriam atraído Ryan para o local, onde ele acabou sendo morto.
O acordo judicial e as próximas etapas
O Procurador-Geral do Condado de Fairfax, Steve Descano, anunciou o acordo judicial com Juliana, descrevendo-o como "um avanço significativo" para o caso. "Muitas das informações que levaram a este acordo não podem ser divulgadas no momento, devido ao julgamento iminente do outro acusado", afirmou Descano.
O julgamento de Brendan Banfield está marcado para fevereiro, e Juliana é esperada como testemunha-chave. Ela relatou à polícia que, após um disparo inicial feito por Banfield que não matou Ryan, foi instruída a pegar a arma adquirida no estande de tiros e a disparar novamente contra a vítima.
Banfield invocou seu direito constitucional de não se incriminar e se recusou a responder perguntas em uma audiência anterior. Seu advogado ainda não se manifestou publicamente sobre o acordo judicial aceito pela brasileira.
Impacto na comunidade e expectativas para o julgamento
Este caso de duplo homicídio trouxe à tona questões complexas sobre segurança e confiança em relações de trabalho, especialmente em lares que contratam au pairs e cuidadores. O julgamento de Banfield, que se aproxima, promete trazer mais detalhes à tona, mantendo a atenção da comunidade e das autoridades locais.
Fonte: Da redação