Publicado em 8/11/2024 as 4:00pm
Caravana de 3.000 imigrantes parte de Tapachula, México, em direção à fronteira dos EUA
Uma caravana composta por aproximadamente 3.000 migrantes deixou Tapachula, no sul do México,...
Uma caravana composta por aproximadamente 3.000 migrantes deixou Tapachula, no sul do México, rumo à fronteira dos Estados Unidos. O grupo inclui pessoas vindas da Venezuela, Equador, Colômbia, Peru, Haiti, Costa Rica, Panamá, Nepal, Afeganistão e de várias nações da América Central, conforme relatado pelo jornal La Verdad. Muitos dos migrantes afirmam estar deixando seus países devido a condições de insegurança, falta de oportunidades de trabalho e a dificuldade em sustentar suas famílias.
À medida que avançam em sua jornada, alguns dos migrantes expressaram preocupações em relação às autoridades mexicanas, temendo que o governo não permita que eles cheguem até a fronteira com os Estados Unidos. Segundo a Associated Press, o temor de serem detidos ou obrigados a retornar ao sul do México é comum entre os membros da caravana.
O movimento migratório em direção aos EUA tem como pano de fundo a recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, onde a questão migratória foi um dos temas centrais do debate público. Com sua posse marcada para 20 de janeiro, muitos migrantes esperam atravessar a fronteira antes que Trump possa implementar suas prometidas políticas rigorosas de imigração.
Em suas declarações durante a campanha, o presidente eleito Donald Trump criticou fortemente o aumento das entradas de migrantes no país durante a administração Biden-Harris. A U.S. Customs and Border Protection (CBP) estimou que mais de 10 milhões de migrantes ingressaram nos EUA nesse período, embora críticos sustentem que o número real seja ainda maior. Trump comprometeu-se a iniciar deportações em massa logo após sua posse, uma promessa que preocupa muitos dos que estão em trânsito.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, recém-empossada, também enfrenta pressões intensas. Em seus últimos comícios, Trump ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre produtos mexicanos caso o México não controle o fluxo de migrantes em direção à fronteira norte. Em resposta, Sheinbaum declarou em uma coletiva de imprensa que os encontros de migrantes na fronteira norte do México caíram 75% entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, refletindo as tentativas de seu governo em conter a migração.
Para muitos desses migrantes, a jornada representa uma esperança de fugir da violência associada a cartéis, ao desemprego e à crise econômica na América Central e do Sul, fatores que impulsionam cada vez mais pessoas a buscar melhores condições de vida nos Estados Unidos. A expectativa sobre como o novo governo americano lidará com essa crescente pressão migratória segue em alta, especialmente com as promessas de endurecimento nas políticas de imigração.
Essa caravana é um reflexo das complexas realidades sociais, econômicas e políticas que empurram milhares para as rotas migratórias, expondo-os a uma série de desafios e incertezas enquanto buscam segurança e estabilidade ao norte.