Publicado em 18/11/2024 as 2:00pm
Deportação em massa prometida por Trump enfrenta desafios e custos elevados
O presidente eleito Donald Trump pretende mobilizar amplamente o governo federal para cumprir...
O presidente eleito Donald Trump pretende mobilizar amplamente o governo federal para cumprir uma das principais promessas de sua campanha: a deportação em massa de imigrantes indocumentados. A iniciativa incluiria parcerias com estados liderados por republicanos e o uso de financiamento federal como alavanca para forçar “cidades santuário” a cooperarem com os esforços de deportação.
stimativas indicam que a meta de Trump pode resultar na deportação de até um milhão de pessoas por ano, exigindo um aumento significativo em recursos e infraestrutura de imigração.
Com o apoio de aliados como JD Vance, vice-presidente eleito, e Stephen Miller, arquiteto da política de imigração do primeiro mandato, Trump busca expandir o número de agentes, centros de detenção e juízes para gerenciar o volume de deportações. No entanto, implementar uma operação de tal escala enfrenta desafios consideráveis, incluindo o custo elevado. Segundo o American Immigration Council, a deportação de 13 milhões de imigrantes indocumentados custaria cerca de US$ 968 bilhões em uma década. Apenas em 2016, o custo médio de deportação por pessoa foi estimado em US$ 10.900, cifra que provavelmente aumentou.
A equipe de Trump antecipa ainda resistências internas em diversas agências governamentais. Durante seu primeiro mandato, o Departamento de Estado foi um dos órgãos que, segundo aliados de Trump como o ex-secretário adjunto de Segurança Interna Ken Cuccinelli, agiu como obstáculo para a fiscalização da imigração. O novo governo deve pressionar o departamento e outras agências a se envolverem mais diretamente nos esforços de deportação. Para isso, é possível que Trump convoque unidades de Segurança Interna e até a Guarda Nacional em estados cooperativos, embora isso deva gerar desafios legais.
Entre os aspectos polêmicos do plano de Trump está o uso da Lei dos Estrangeiros Inimigos, um estatuto de 1798, para deportar supostos membros de gangues de forma rápida. Embora a lei tenha sido empregada em tempos de guerra para justificar a detenção de estrangeiros, críticos como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) alertam que sua aplicação hoje seria divisiva e possivelmente inconstitucional, arriscando separações familiares e traumas para comunidades inteiras.
Especialistas como Priscilla Alvarez, correspondente da CNN na Casa Branca, apontam que a dependência do governo em contratados para administrar centros de detenção torna a expansão dos esforços de deportação um desafio logístico e orçamentário. Enquanto aliados como Tom Homan, indicado para atuar no controle da imigração, defendem operações em locais de trabalho como meio de enfrentar o tráfico humano, críticos e defensores de direitos humanos veem no plano um custo social e humanitário alarmante.
Diante de um cenário complexo, Trump terá que superar resistência local e federal, encontrar suporte no Congresso para financiamento adicional e enfrentar prováveis batalhas judiciais para transformar suas promessas em realidade.
Fonte: Da redação