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Publicado em 18/11/2024 as 10:00pm

"Pai" do muro na fronteira entre EUA e México vai assumir cargo de confiança no Governo Trump

Entre as medidas mais controversas de sua autoria está a separação de milhares de crianças de suas famílias na tentativa de cruzar ilegalmente a fronteira entre os Estados Unidos e o México.


Imagem extraída do You Tube

Stephen Miller, ex-conselheiro sênior de Donald Trump e arquiteto das políticas de imigração mais rigorosas da administração anterior, foi nomeado na segunda-feira (11) para o cargo de vice-chefe de gabinete para políticas no novo governo do ex-presidente. Considerado um dos principais responsáveis pelas medidas de controle de imigração, Miller agora ocupa uma posição de confiança estratégica, próxima ao líder da Casa Branca.

A nomeação de Miller foi anunciada pelo próprio Trump, que destacou a confiança na habilidade do ex-assessor para enfrentar as questões de imigração e segurança no país. Com 39 anos e formado em Direito, Miller ganhou notoriedade como o principal defensor das políticas duras de imigração durante o governo Trump, especialmente nas áreas de separação familiar e deportação em massa.

Entre as medidas mais controversas de sua autoria está a separação de milhares de crianças de suas famílias na tentativa de cruzar ilegalmente a fronteira entre os Estados Unidos e o México. A política, que gerou uma onda de críticas internacionais, foi amplamente condenada pela ONU e por diversas organizações de direitos humanos. Até hoje, centenas de crianças permanecem separadas de seus pais, sem perspectiva de reunificação.

"Esta é outra escolha fantástica do presidente. Parabéns, Stephen Miller!" disse o vice-presidente eleito dos EUA, JD Vance, em um post nas redes sociais, elogiando a nomeação. Durante a campanha de 2024, Miller também desempenhou um papel importante, escrevendo discursos para Trump e ajudando a traçar um plano de imigração ainda mais rígido para o próximo mandato.

A Imigração como Prioridade

Após a derrota de Trump nas eleições de 2020 para Joe Biden, Miller fundou a America First Legal, uma organização que se dedica a promover políticas conservadoras e a desafiar o governo de Biden em questões jurídicas, incluindo segurança nacional, religião e liberdade de expressão. Agora, com a reeleição de Trump, Miller tem a missão de implementar um dos compromissos mais audaciosos de sua campanha: realizar a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos, com o objetivo de remover todos os cerca de 10 milhões de imigrantes ilegais presentes no país.

Miller será o principal responsável por elaborar os planos jurídicos necessários para viabilizar essa operação em massa. Nos últimos dois anos, ele se dedicou a desenvolver estratégias para garantir que as deportações em larga escala fossem possíveis dentro dos limites da lei. Além disso, ele terá o desafio de buscar apoio político para essa proposta, que promete ser um dos pontos centrais do novo governo Trump.

Parceria com Tom Homan

Miller não estará sozinho nesse projeto. Trump também anunciou, na segunda-feira, a nomeação de Tom Homan para o cargo de "czar" das fronteiras, uma posição de liderança focada nas operações e no monitoramento das fronteiras EUA-México. Homan, que já foi diretor do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) durante o primeiro mandato de Trump, é um defensor ferrenho das políticas de imigração mais restritivas, alinhando-se com as propostas de Miller.

A nomeação de Homan e Miller sinaliza uma continuidade na abordagem rigorosa de Trump sobre a imigração, que foi um dos pilares de sua presidência e continua sendo um tema central em sua campanha de reeleição. Com a formação dessa dupla, Trump pretende reforçar seu compromisso com a segurança nas fronteiras e a implementação de um sistema de imigração mais restritivo, um tema que ressoa com grande parte de sua base eleitoral.

Repercussão e Críticas

A escolha de Miller e Homan para cargos de destaque no novo governo Trump deve gerar fortes reações tanto no Congresso quanto entre os defensores dos direitos dos imigrantes. As políticas passadas de Miller foram amplamente criticadas por seu impacto humanitário, e a expectativa é que novas medidas agressivas possam reacender debates sobre os limites da autoridade presidencial em questões de imigração e os direitos humanos.

A nomeação também coloca Trump em rota de colisão com os defensores de uma reforma mais ampla e humanitária do sistema de imigração nos Estados Unidos, algo que tem sido discutido de forma limitada no Congresso, mas que encontra resistência tanto de democratas quanto de moderados dentro do próprio Partido Republicano.

O Futuro das Políticas de Imigração nos EUA

Com a ascensão de Miller a um cargo tão importante, está claro que a imigração continuará sendo uma questão central no governo Trump. A implementação de uma política de deportação em massa e a construção de um muro ainda mais impenetrável na fronteira com o México provavelmente dominarão os debates nos próximos meses, enquanto o ex-presidente tenta reforçar suas promessas de campanha e satisfazer uma base que o apoia por sua postura dura em relação aos imigrantes.

À medida que as propostas de Trump e Miller ganham forma, será crucial observar como essas políticas serão recebidas não apenas no país, mas também no cenário internacional, onde as críticas às medidas anteriores de Trump sobre imigração permanecem vivas. O desenrolar dessa nova fase promete ser uma das questões mais polêmicas e divisivas do próximo mandato presidencial, caso Trump seja reeleito.

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