Publicado em 21/11/2024 as 12:00pm
Nova política de abrigo em NY visa manter crianças imigrantes nas escolas
A cidade de Nova York anunciou uma nova política que permitirá que as famílias imigrantes...
A cidade de Nova York anunciou uma nova política que permitirá que as famílias imigrantes permaneçam por mais tempo nos abrigos, com o objetivo de evitar que as crianças tenham que mudar de escola no meio do ano letivo. A medida, anunciada na última segunda-feira pelo prefeito Eric Adams, destina-se a famílias com crianças em idade escolar do jardim de infância até a sexta série, que já tenham cumprido pelo menos dois períodos de 60 dias no sistema de abrigos da cidade.
A política visa garantir que os estudantes possam concluir o ano letivo sem interrupções, garantindo continuidade na educação e estabilidade emocional para as crianças. O prefeito argumentou que a mudança ajudará a "apoiar ainda mais os imigrantes em sua jornada para alcançar o sonho americano", ao mesmo tempo em que reduz custos para os contribuintes, que gastam grandes somas com transporte escolar quando as crianças são transferidas para escolas distantes.
A nova regra também inclui a criação de um centro centralizado de correspondências, onde os solicitantes de asilo poderão acessar documentos importantes relacionados às suas solicitações de asilo e autorização de trabalho. Isso surge após denúncias de que muitos imigrantes estavam tendo dificuldades em acessar sua correspondência enquanto eram transferidos entre diferentes abrigos, dificultando o acompanhamento de seus casos legais e pedidos de permissão para trabalhar.
Desde 2022, mais de 223.000 imigrantes chegaram à cidade, o que tem gerado uma pressão crescente sobre o sistema de abrigos e serviços públicos. A medida foi anunciada após uma queda contínua da população nos abrigos, que está diminuindo há 19 semanas consecutivas, segundo dados fornecidos pela prefeitura.
O anúncio trouxe reações mistas entre defensores dos direitos dos imigrantes e ativistas de habitação. Murad Awawdeh, presidente da New York Immigration Coalition, elogiou as mudanças, afirmando que as novas regras ajudarão a garantir a estabilidade educacional e emocional das crianças imigrantes. "Com a criação do centro centralizado de correspondências, os residentes dos abrigos poderão acessar as atualizações legais, o que os ajudará a navegar de forma mais eficaz em seus casos e agilizará o caminho para a autossuficiência", disse Awawdeh, que também pediu à cidade que invista mais em habitação acessível em vez de continuar transferindo os imigrantes entre diferentes abrigos de emergência.
Por outro lado, Christine Quinn, presidente da organização de moradia Win, criticou a manutenção do limite de 60 dias de permanência nos abrigos, afirmando que a medida deixa muitas famílias em um estado de "limbo permanente". Quinn pediu que a cidade oferecesse mais apoio a essas famílias, por meio de programas de vales-aluguel, que atualmente não estão disponíveis para os imigrantes. "Embora aplaudamos a cidade por limitar a aplicação da regra de 60 dias, essa medida fica aquém do necessário", afirmou Quinn. "Esvaziar as famílias de seus abrigos é desumano, desestabilizador e não resolve o problema."
A mudança, embora considerada um passo positivo por muitos, ainda enfrenta desafios. O sistema de abrigos de Nova York tem sido pressionado pela crescente chegada de imigrantes, muitos dos quais fugindo de condições difíceis em seus países de origem. Enquanto isso, a cidade continua a buscar soluções para equilibrar a ajuda humanitária com a necessidade urgente de mais moradias permanentes para aqueles que buscam uma nova vida na metrópole.
Enquanto os defensores dos imigrantes comemoram a nova política, a questão do acesso à moradia permanece no centro do debate. Sem opções adequadas de habitação permanente e apoio mais robusto, muitas famílias continuarão a enfrentar um futuro incerto, mesmo com as melhorias na política de abrigos.
Fonte: Da redação