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Publicado em 28/11/2024 as 5:00pm

Diretor da ICE em NY diz que “levaria uma vida inteira” para deportar imigrantes criminosos da cidade

O diretor do escritório da ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) em Nova York, Kenneth Genalo,...

O diretor do escritório da ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) em Nova York, Kenneth Genalo, declarou que seria necessário “uma vida inteira” para lidar com o volume de criminosos migrantes na cidade, caso as atuais políticas continuem inalteradas. Em sua primeira entrevista desde a eleição de Donald Trump como presidente, Genalo destacou os desafios enfrentados pela agência federal, que opera com recursos limitados e enfrenta obstáculos legais impostos pelas políticas de Nova York.

“Tenho que concentrar todos os meus recursos nos piores infratores, os mais graves. O número de casos que trabalhamos diariamente não está na casa das centenas; estamos falando de milhares”, afirmou o veterano de 33 anos da ICE, que supervisiona cerca de 400 funcionários na região metropolitana de Nova York.

Dados alarmantes
De acordo com a ICE, dos quase 7,8 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, 662.586 são condenados por crimes graves ou enfrentam acusações criminais. Em Nova York, mais de 223 mil migrantes chegaram desde o início da crise imigratória na primavera de 2022, com pelo menos 58 mil ainda abrigados em centros financiados pela prefeitura. No entanto, a agência não revelou quantos desses migrantes são criminosos.

Genalo expressou frustração com as leis de “cidade santuário” em Nova York, que impedem a cooperação entre as autoridades locais e os agentes federais de imigração. Ele apontou que essas políticas protegem criminosos, deixando as populações mais vulneráveis — como mulheres e crianças migrantes — em maior risco.

Impacto das políticas locais

Desde que o ex-prefeito Bill de Blasio adotou medidas para restringir a cooperação entre o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) e a ICE em 2014, Genalo afirma que a aplicação das leis de imigração na cidade foi praticamente abandonada. A situação piorou em 2018, com novas diretrizes reforçando a política de não cooperação.

Casos como o da estudante de enfermagem Laken Riley, assassinada por um imigrante indocumentado que havia sido libertado após acusações de colocar crianças em risco, destacam as consequências dessas políticas, segundo críticos.

Chamado à mudança
O prefeito Eric Adams pediu em fevereiro deste ano a flexibilização das leis de “cidade santuário” para permitir a entrega de migrantes suspeitos de crimes graves à ICE. No entanto, enfrenta forte oposição do Conselho da Cidade, de maioria progressista.

Genalo defende que a mudança é necessária. “O prefeito entende a gravidade da situação e quer ajuda do governo federal. As políticas atuais não estão protegendo a comunidade, apenas os criminosos”, afirmou.

Embora ainda não tenha detalhado como a ICE se reorganizará sob a liderança de Trump, que prometeu deportações em massa de imigrantes indocumentados e criminosos, Genalo sinalizou que está disposto a testemunhar no Conselho da Cidade para educar os legisladores sobre os impactos negativos das políticas vigentes.

“Essas políticas não ajudam a comunidade. Precisamos de cooperação para proteger os mais vulneráveis e restaurar a segurança em Nova York”, concluiu.

Fonte: Da redação

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