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Publicado em 13/12/2024 as 6:00pm

Plano de deportação em massa pode ameaçar indústria alimentícia nos EUA, afirmam especialistas

O futuro da segurança alimentar nos Estados Unidos está em risco diante da proposta do...

O futuro da segurança alimentar nos Estados Unidos está em risco diante da proposta do presidente eleito Donald Trump de deportações em massa. Especialistas e líderes do setor alertam que a remoção de trabalhadores imigrantes pode impactar severamente restaurantes, frigoríficos e fazendas, que dependem fortemente dessa força de trabalho.

A possível escassez de mão de obra devido às deportações pode levar ao aumento dos preços dos alimentos, fechamento de restaurantes e perda de colheitas. Dados mostram que a força de trabalho imigrante, incluindo trabalhadores indocumentados, sustenta grande parte da indústria alimentar americana, ajudando a manter os custos baixos para consumidores.

“Sem essa força de trabalho, restaurantes fecharão as portas”, alerta Sam Sanchez, dono de restaurante em Chicago e diretor executivo da Associação de Restaurantes de Illinois.

A realidade enfrentada por empregadores

Durante a pandemia da COVID-19, muitos proprietários de restaurantes descobriram o peso da força de trabalho indocumentada. Enquanto trabalhadores documentados optaram por receber benefícios de desemprego, imigrantes indocumentados continuaram comparecendo ao trabalho. “Eles mantiveram nossos negócios funcionando”, ressalta Sanchez, destacando que muitos desses trabalhadores vivem, trabalham e pagam impostos nos EUA há décadas.

No entanto, a proposta de deportação também traz argumentos contrários. O comissário republicano Sean Morrison defende que o retorno dos imigrantes a seus países de origem é necessário, mas enfatiza a importância de políticas práticas e compassivas.

Os desafios do setor alimentício
Estudos mostram que aproximadamente 42% dos trabalhadores agrícolas nos EUA não têm autorização legal para trabalhar, deixando setores como o de processamento de carnes e colheitas vulneráveis a interrupções significativas.

“Poucas pessoas estão dispostas a assumir trabalhos na cozinha ou nas fazendas devido à intensidade física das funções,” explica Sanchez. Ele também aponta que restaurantes já operam com margens apertadas e não podem pagar salários mais altos sem repassar os custos aos consumidores, o que tornaria refeições, como hambúrgueres, inacessíveis para muitos.

Contribuições econômicas de trabalhadores imigrantes


Trabalhadores indocumentados desempenham um papel significativo na economia dos EUA. Em 2022, contribuíram com US$ 96,7 bilhões em impostos estaduais, federais e locais, incluindo US$ 25,7 bilhões para a Previdência Social, benefício do qual provavelmente não poderão usufruir. No estado de Illinois, esse grupo gerou US$ 1,5 bilhão em receitas tributárias no mesmo período.

Preocupações sociais e econômicas
Além dos impactos econômicos, Sanchez teme que o medo de deportação leve imigrantes a evitarem o trabalho e retirarem seus filhos das escolas, criando uma crise social.

Enquanto o debate continua, organizações como a Associação de Processadores de Carne de Illinois pedem que o governo federal acelere a aprovação de pedidos de cidadania, permitindo que trabalhadores imigrantes continuem contribuindo de forma legal.

A indústria alimentícia enfrenta um futuro incerto, com líderes do setor alertando que a ausência de trabalhadores imigrantes pode trazer prejuízos econômicos e sociais profundos. A questão ressalta a necessidade de políticas que equilibrem segurança e pragmatismo, sem comprometer a estabilidade de um dos setores mais essenciais do país.

Fonte: Da redação

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