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Publicado em 17/12/2024 as 10:00am

Violinista brasileiro Ayrton Pisco é admitido na Kansas City Symphony

Fonte: Dino


O violinista brasileiro Ayrton Pisco, natural de Brasília, conquistou um importante marco em sua carreira ao ser admitido no naipe de violinos da Kansas City Symphony, uma das orquestras mais prestigiadas dos Estados Unidos. Composta por 80 músicos e regida pelo maestro alemão Matthias Pintscher, a orquestra é reconhecida mundialmente pela excelência de suas performances.

Ayrton Pisco foi um dos dois músicos selecionados em um rigoroso processo seletivo que contou com mais de 200 candidatos de várias partes do mundo. O violinista, que se destaca como o único latino-americano atualmente na Kansas City Symphony, compartilhou que o processo de admissão é baseado exclusivamente no desempenho musical, sem espaço para entrevistas ou recomendações pessoais. "Nos EUA, não tem entrevista ou indicação, é tudo por meio de audição às cegas. Os jurados ficam do outro lado da cortina e o desafio é tocar os trechos mais complexos das músicas da orquestra", explicou Pisco.

Filho de músicos, Ayrton começou sua jornada no violino aos 3 anos, sob a influência de seu pai, o maestro e professor Ayrton Macedo Pisco. Sua formação acadêmica inclui diplomas das prestigiadas universidades de Yale, Southern California (USC) e San Diego State University (SDSU). Além disso, foi bolsista de importantes orquestras e festivais internacionais, como a Los Angeles Philharmonic, o Tanglewood Music Center e o Aspen Music Festival.

Com uma carreira marcada por prêmios em concursos nacionais e internacionais, Pisco se apresentou em renomadas salas de concerto, como Carnegie Hall e Walt Disney Concert Hall, nos EUA, além da Berliner Philharmonie, na Alemanha, e a Suntory Hall, no Japão. O violinista também teve a oportunidade de colaborar com regentes e músicos de renome, como Zubin Mehta, Gustavo Dudamel e Esa-Pekka Salonen. "Na música clássica, não importa muito quem você é, sua aparência ou que língua você fala. Se você toca bem e é determinado, há espaço", afirmou.

Sua trajetória reflete os desafios enfrentados por músicos brasileiros no cenário internacional, especialmente no que se refere ao acesso a recursos. Para Pisco, a falta de infraestrutura e apoio no Brasil, em comparação com os EUA e Europa, pode ser um obstáculo para o desenvolvimento de talentos. "Em países europeus e nos EUA há mais tradição, cultura, professores e bolsas de estudo. Isso faz muita diferença", comentou.

Admitido na Kansas City Symphony em agosto deste ano, Ayrton agora se prepara para uma nova fase em sua carreira, integrando sua rica bagagem cultural à excelência técnica exigida pela orquestra, que, neste ano, realizou sua primeira turnê na Europa, solidificando sua posição no cenário internacional.

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