Especialistas alertam: políticas de cidades-santuário podem estimular violência nos EUA

Especialistas em segurança alertam que as políticas de cidades-santuário nos Estados Unidos podem abrir caminho para uma onda de assassinatos seletivos promovidos pelo grupo criminoso internacional Tren de Aragua (TdA). Originado nas prisões da Venezuela, o TdA expandiu sua presença para 30 grandes cidades americanas, além de atuar em países como Colômbia, Peru e Chile.

José Gustavo Arocha, ex-tenente-coronel do exército venezuelano, descreve o TdA como uma organização criminosa patrocinada pelo regime de Nicolás Maduro. "O que aconteceu na Venezuela está acontecendo na América Latina e acontecerá aqui", afirmou Arocha, alertando para o risco de o grupo se integrar nas comunidades e ampliar seu poder.

Ele critica as políticas de cidades e estados-santuário, que, segundo ele, dificultam a aplicação da lei e fortalecem o TdA. “Sem o Estado de Direito e sem polícia, essas organizações controlam a sociedade. Elas crescerão como uma doença nos Estados Unidos”, disse.

Alvos e impacto
Arocha destaca que os principais alvos do TdA são policiais, chefes de polícia, xerifes, líderes políticos que tentem combatê-los, além de refugiados e opositores do regime de Maduro.

Casos como o assassinato do ex-policial venezuelano José Luis Sanchez Valera, em Miami, por um membro do TdA, Urwin Salazar, em novembro de 2023, reforçam os alertas. O crime envolveu tortura e roubo das economias da vítima, segundo Jessica Vaughn, diretora do Centro de Estudos de Imigração.

Críticas às políticas de santuários
Vaughn também aponta as políticas de cidades-santuário como um dos maiores obstáculos para combater o TdA. "Essas jurisdições são escolhidas por membros do grupo porque sabem que as autoridades locais não os entregarão ao ICE", afirmou.

Ela defende a necessidade de eliminar essas políticas para permitir que agências locais de aplicação da lei compartilhem informações com autoridades federais. Segundo Vaughn, embora estados como o Texas tenham tomado medidas contra o TdA, uma resposta federal coordenada é essencial.

"Este problema é grande demais para ser resolvido localmente. É preciso envolver todos os níveis do governo e eliminar barreiras artificiais que limitam a cooperação entre as autoridades locais e o ICE", concluiu.

A crescente presença do Tren de Aragua nos Estados Unidos exige ações rápidas e coordenadas para evitar que o país enfrente os mesmos desafios de segurança observados na América Latina.

Fonte: DA REDAÇÃO