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Publicado em 25/12/2024 as 2:30pm

Mineira de Belo Horizonte deixou uma carreira com salário de R$ 300 mil por ano para trabalhar como faxineira nos EUA. "Aqui é luxo"

Fonte: Da redação

Mineira de Belo Horizonte deixou uma carreira com salário de R$ 300 mil por ano para trabalhar como faxineira nos EUA. Keiny Hughes

Há seis anos, a brasileira Keiny Hughes, de 27 anos, deixou Belo Horizonte para morar em Massachusetts, nos Estados Unidos. Inicialmente, seu plano era casar-se com o namorado e seguir carreira como designer de moda, área na qual se formou. Embora o relacionamento tenha dado certo, seus objetivos profissionais tomaram outro rumo.

Desde o ano passado, Keiny deixou o setor de varejo de luxo, onde ganhava cerca de US$ 50 mil por ano (aproximadamente R$ 308 mil), para trabalhar como faxineira na empresa da sogra. Antes, ela ocupava o cargo de gerente de logística em uma loja que comercializava artigos de alto padrão, como joias, roupas e calçados. Agora, dedica-se à limpeza de residências de luxo nos Estados Unidos.

“Depois de me estabilizar, comecei a pensar no meu futuro. Onde eu me via em 10, 20 ou 30 anos? Queria comprar uma casa, ter animais como galinhas e bodes, e criar vários filhos. Para essa vida, eu precisava de tempo.” Keiny começou a reconsiderar sua carreira ao perceber que sua chefe, com 20 anos na empresa, ganhava apenas 40% a mais do que colegas com três anos de experiência. Isso não correspondia às suas aspirações de mais tempo e liberdade financeira. “Minha sogra trabalha como faxineira há 39 anos aqui, conseguiu pagar a faculdade de dois filhos sem empréstimos e possui diversas propriedades nos EUA e no Brasil. Era esse tipo de liberdade que eu queria”, explica.

Após seis meses de planejamento, conciliando o trabalho na loja durante a semana e a faxina nos finais de semana, Keiny pediu demissão em agosto de 2023. “Hoje realizamos cerca de 20 faxinas por semana, cobrando uma média de US$ 200 (R$ 1.200) por serviço.” Sua entrada na empresa da sogra ajudou a expandir os negócios, permitindo um crescimento significativo. “Redefini o posicionamento da empresa para sermos vistos como profissionais, aumentando os lucros com serviços adicionais, como limpezas pós-construção e entre trocas de inquilinos.”

Agora, a empresa se destaca como um serviço de limpeza profissional, com uniformes, carros adesivados e equipamentos próprios. Keiny explica que o trabalho de faxina nos EUA tem uma abordagem diferente da do Brasil. “Lá, o serviço é tratado como um luxo. Oferecemos uma limpeza inicial completa, que inclui detalhes como lustres, fornos e exaustores. Depois, realizamos manutenções regulares.”

Nas redes sociais, Keiny compartilha dicas de organização e limpeza, como dobrar lençóis e cuidar de eletrodomésticos. “Aqui, faxina é um serviço essencial, valorizado e sem o peso do preconceito. O foco está no resultado, não no status da profissão.”

Hoje, Keiny se sente realizada. “É um trabalho físico, mas com possibilidades de expansão no futuro. Perco alguns benefícios, como previdência tradicional, mas administro meus impostos e faço minha própria reserva.” Com mais qualidade de vida, ela trabalha das 8h às 15h, com deslocamentos mínimos. “Agora chego em casa antes do meu marido, tenho tempo para organizar minha casa, curtir meus hobbies e ainda sobra tempo livre.”

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