Publicado em 30/12/2024 as 6:00pm
Hacker brasileiro é acusado nos EUA por tentativa de extorsão no valor de US$ 3,2 milhões
Fonte: Da redação
Um hacker brasileiro foi indiciado nos Estados Unidos por tentativa de extorsão após exigir o pagamento de 300 bitcoins, equivalente a cerca de US$ 3,2 milhões (R$ 19,7 milhões na cotação atual), para não divulgar informações roubadas de 300 mil clientes de uma empresa com sede em Nova Jersey. A acusação foi divulgada na segunda-feira (23).
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o criminoso cibernético, identificado como Junior Barros de Oliveira, invadiu os sistemas da filial brasileira da empresa em março de 2020. Na ação, ele obteve dados sensíveis dos clientes e pediu ao CEO o pagamento em criptomoedas.
Pouco depois, o hacker, residente em Curitiba (PR), fez uma nova exigência, incluindo uma taxa adicional de 75 bitcoins — aproximadamente US$ 800 mil na época ou R$ 4,9 milhões atualmente. Esse valor extra foi justificado como "ajuda para corrigir a falha de segurança" que permitiu o roubo dos dados.
Nas mensagens enviadas aos representantes da empresa, Oliveira, de 29 anos, forneceu instruções detalhadas sobre como o pagamento deveria ser feito, com o valor sendo transferido para uma carteira criptografada de sua posse. O nome da empresa afetada não foi revelado.
Consequências legais
Em razão de suas ações, o hacker enfrenta quatro acusações de tentativa de extorsão, sendo que cada uma pode resultar em até cinco anos de prisão e uma multa de até US$ 250 mil (R$ 1,5 milhão) ou o dobro do valor de qualquer ganho ou perda, o que for maior.
Além disso, há outras quatro acusações de comunicações ameaçadoras, pelas quais Oliveira pode ser condenado a até dois anos de prisão. Para cada acusação, ele também pode ser multado em até US$ 250 mil (R$ 1,5 milhão) ou duas vezes o valor de qualquer ganho ou perda.
Se condenado ao máximo das penas em todas as acusações, o hacker pode enfrentar até 28 anos de prisão, além de ser obrigado a pagar multas milionárias. O Tribunal Federal de Newark está conduzindo o caso.