Publicado em 17/01/2025 as 2:00pm
Brasileiro é procurado por mais de 30 acusações de abuso sexual em escola de Utah
De acordo com as informações, o suspeito é o brasileiro Ricardo Prins, que trabalhou na Rockwell Charter School, uma escola pública charter gratuita que matricula crianças do sétimo ao 12º ano.
Um professor de escola charter de Utah, de 39 anos, foi acusado de 30 acusações criminais depois que os promotores disseram que ele agrediu sexualmente duas estudantes várias vezes ao longo de vários meses, tanto na escola Eagle Mountain onde lecionava quanto fora dela.
De acordo com as informações, o suspeito é o brasileiro Ricardo Prins, que trabalhou na Rockwell Charter School, uma escola pública charter gratuita que matricula crianças do sétimo ao 12º ano. “Ele supostamente usou sua posição para influenciar suas vítimas”, disse o Gabinete do Xerife do Condado de Utah em um comunicado à imprensa na terça-feira, dua 14.
Prins é identificado como professor de matemática na agenda de março de 2024 em uma reunião do Conselho Escolar. A menção a ele aparentemente foi retirada do site da escola, mas já foi listado na página do diretório da equipe de suporte da escola.
Os promotores do Quarto Distrito acusaram Prins, identificado nos documentos judiciais como Ricardo Margalho Prins, na segunda-feira, de 15 acusações de sodomia forçada, dez acusações de estupro, entre outras acusações– todos crimes de primeiro grau.
Ele também enfrenta três acusações de abuso sexual forçado e uma acusação de agressão agravada, ambos crimes de segundo grau, bem como uma acusação de contravenção por beijar ilegalmente um menor.
Quando contatados por telefone na terça-feira, os funcionários da escola se recusaram a comentar o caso. Ainda de acordo com as investigações, Prins voou para o Brasil em 16 de dezembro e as autoridades dizem que ele continua no exterior e ainda não foi preso.
Algumas fontes afirmam que ele é natural do Ceará e possivelmente está em Fortaleza.
INVESTIGAÇÃO
No dia 15 de dezembro, o Gabinete do Xerife do Condado de Utah recebeu um relatório sobre Prins e suas “relações sexuais ilegais” com duas meninas, de acordo com o comunicado à imprensa. Nesse mesmo dia, os funcionários das escolas colocaram o brasileiro sob licença, de acordo com documentos judiciais.
Mais tarde, os investigadores falaram com as meninas, ambas adolescentes, e encontraram evidências de abusos sexuais que começaram em setembro de 2024, depois que o brasileiro pediu a uma delas que fosse à sua sala de aula para “passar um tempo durante seu tempo livre”.
Depois daquele dia, Prins manteve contato com a menina por meio do Snapchat, aplicativo de mensagens. Ele pedia que ela fosse à sua sala de aula após as atividades escolares e depois a agrediu sexualmente, conforme relatam os documentos de acusação.
Em pelo menos uma ocasião, ele também supostamente a levou a um “local remoto” para agredi-la sexualmente, afirmam os documentos, e depois a deixou em um estacionamento longe de sua casa para “para que as câmeras de segurança de sua casa não o gravassem”.
Cerca de dois meses após o início dos abusos, Prins disse à menina que queria fazer sexo com outra estudante. Mais tarde, ele pegou as duas meninas e as levou para o mesmo “local remoto”, onde supostamente as estuprou.
Os encontros de carro com as duas meninas continuaram, incluindo um caso em que Prins supostamente sufocou uma das meninas até que ela perdesse a consciência, de acordo com o documento de acusação. Ele também supostamente agrediu sexualmente as duas meninas em uma sala de aula da escola que estava sendo usada para armazenamento.
As meninas disseram aos investigadores que Prins lhes disse que tinha a capacidade de “hackear seus telefones e apagar imagens de segurança” e que já havia trabalhado com o governo brasileiro e “assassinado 2.000 pessoas”, afirmam os documentos da acusação.
Durante um encontro numa “área remota”, Prins supostamente disse a uma das meninas que “ele poderia matá-la porque elas estavam sozinhas e ninguém estava olhando”, escreveram os promotores.
Em 13 de dezembro, uma das meninas se manifestou sobre o abuso e mandou uma mensagem para Prins dizendo que ela “tinha que fazer isso”. Ele tentou marcar um encontro para “dar um presente para ela”, mas a menina não respondeu. Ele também tentou ligar para a garota, mas ela não atendeu.
FUGA PARA O BRASIL
Um administrador escolar disse às autoridades que Prins havia dito anteriormente que “nunca retornaria ao Brasil por causa de problemas com seu emprego anterior lá” e mencionou que não havia solicitado nenhuma folga antes de ser colocado sob licença em 15 de dezembro.
Em 18 de dezembro, dois dias depois do voo de Prins para o Brasil, investigadores visitaram sua casa e conversaram com sua esposa. Ela disse aos oficiais que Prins estava no Brasil, mas não sabia quando ele reservou o voo nem quando voltaria para casa.
Logo depois de falar com a esposa de Prins, os policiais receberam uma mensagem de texto de Prins dizendo que retornaria em 5 de janeiro.
No dia seguinte, o brasileiro procurou novamente os policiais e se ofereceu para conversar remotamente com eles, “explicando que foi ao Brasil em cima da hora porque sua mãe estava morrendo e ele não tinha conhecimento de nenhuma investigação, apenas que havia sido colocado sob licença".
Ele prometeu falar com os policiais depois de retornar, em 5 de janeiro. Dois dias antes de sua chegada prevista, ele disse aos policiais que não poderia retornar aos EUA devido a problemas com seus documentos de viagem.
Os policiais foram então à sua casa em 7 de janeiro para cumprir um mandado de busca e encontraram a esposa de Prins empacotando seus pertences.
“Ela confirmou aos policiais que o réu disse para ela começar a arrumar suas coisas, mas disse que não havia informado ao proprietário que estavam se mudando, nem ela sabia para onde estavam se mudando”, de acordo com o pedido de prisão solicitado pelos promotores.
A mulher disse aos policiais que o marido havia discutido sobre uma mudança para o Brasil quando conversaram no início daquela semana, mas nunca haviam falado sobre a mudança para lá antes.
As autoridades estão buscando uma maneira das autoridades brasileiras o envierem de volta aos EUA para enfrentar as acusações.
Os promotores estão pedindo que Prins não tenha a opção de fiança quando retornar, argumentando que ele representa um risco de fuga, cuja única conexão com os EUA é sua esposa e filhos, e que, se for libertado sob fiança, ele representaria um risco para “a segurança pública e o bem-estar da comunidade ou de um indivíduo”.
Os policiais do condado de Utah estão pedindo ajuda a qualquer pessoa que possa ter mais informações sobre Prins enquanto o caso continua sendo investigado. Quem puder ajudar o telefone é 801-798-5600.