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Publicado em 22/01/2025 as 8:00am

De Brasil a Boston, Bispo constrói comunidade para imigrantes através da igreja

Para muitos imigrantes que chegam a um novo país, o sentimento de comunidade muitas vezes se...

Para muitos imigrantes que chegam a um novo país, o sentimento de comunidade muitas vezes se limita àqueles que fizeram a jornada ao seu lado. Cristiano Borro Barbosa, bispo auxiliar da Arquidiocese de Boston (Massachusetts) e ex-aluno da Clough School of Theology and Ministry (CSTM), já esteve no lugar desses imigrantes. Hoje, ele trabalha para promover comunidades acolhedoras dentro da igreja, ajudando a criar um ambiente de apoio para aqueles que, como ele, buscam um novo lar em terras estrangeiras.

“Hospitalidade é fundamental para nós – acolher o imigrante, o estranho que é nosso vizinho. O desafio é fazer com que o estranho se sinta como um querido vizinho”, disse Barbosa, refletindo sobre o papel da igreja em integrar e acolher os imigrantes.

Sob sua supervisão, a Arquidiocese de Boston abriga uma comunidade vibrante e diversa. São 40 paróquias com ministérios hispânicos, 17 com ministérios brasileiros e 8 com ministérios haitianos. Em qualquer domingo, a Missa é celebrada em mais de 20 idiomas, refletindo a diversidade da comunidade.
“Há uma grande população brasileira, além de portugueses e hispânicos. Eles adoram estar rodeados por pessoas de todas as partes do mundo”, afirmou Barbosa, ressaltando a diversidade cultural que marca a vida da igreja local.

Antes de sua missão em Boston, Barbosa era um membro ativo de sua paróquia no Brasil, onde se envolveu com o ministério juvenil. Aos 14 anos, ele sentiu o chamado de Deus para se tornar sacerdote, mas esse chamado só foi atendido após terminar a faculdade. Depois de concluir seus estudos no Brasil, Barbosa entrou no seminário, iniciando sua formação sacerdotal.

Após apenas nove meses como sacerdote, Barbosa foi enviado aos Estados Unidos para buscar o diploma necessário para ensinar no seminário de seu país. Foi durante sua estadia em Boston que ele encontrou uma comunidade hispânica e brasileira maior do que imaginava. E foi essa conexão genuína com os imigrantes que o levou a se envolver ativamente com essas comunidades, não como uma obrigação profissional, mas como uma forma de se conectar com outros que compartilhavam de sua mesma origem.

Sister Margaret Guider, professora associada da CSTM, trabalhou de perto com Barbosa durante seus estudos e destacou a ênfase de Barbosa em unir grupos diversos. “Em todos os aspectos de sua vida, ele está comprometido em viver a oração de Jesus ‘Que todos sejam um’”, disse Guider.

Para muitos, as comunidades religiosas oferecem um profundo senso de lar. Os fiéis frequentemente encontram suas relações mais próximas com aqueles que compartilham a mesma fé e visão de mundo. Barbosa acredita que, além do consolo espiritual, a igreja tem um papel vital no auxílio humanitário a imigrantes e refugiados. “Temos pessoas que precisam de tudo. Precisam de roupas, abrigo, ajuda para encontrar uma casa, trabalho e até ajuda para traduzir documentos”, afirmou Barbosa, destacando os desafios que a igreja enfrenta para atender a essas necessidades.

Para ele, atender a esses desafios é parte essencial da missão da igreja. “A igreja, como insiste o Papa Francisco, é como um hospital de campo, onde devemos fazer o que precisa ser feito. O Papa nos chama a fomentar uma cultura de encontro—encontrar aqueles que são diferentes de nós, aprender com eles, acolhê-los, compartilhar refeições, curar suas feridas, ajudá-los e integrá-los”, disse Barbosa.

Sister Pat Boyle, diretora associada de planejamento pastoral da Arquidiocese de Boston, trabalhou diretamente com Barbosa e compartilhou a impressão de que ele personifica a mesma acolhida que a levou a entrar para a vida religiosa. “Aquela acolhida foi o que me atraiu a querer ser uma Irmã de São José, e vejo nele essa noção de hospitalidade”, disse Boyle. Segundo ela, Barbosa tem uma habilidade única de transmitir essa sensação de pertencimento, criando um espaço onde todos podem se ver refletidos na igreja.

Guider acredita que a capacidade de Barbosa de se conectar com outras pessoas vem de sua humildade e dedicação altruísta ao trabalho. No dia em que sua nomeação como bispo foi anunciada, Barbosa recebeu um crucifixo pectoral, um marco importante em sua vida. No entanto, fiel ao seu caráter, ele continuou com seus deveres de sábado e foi celebrar a liturgia na paróquia de Lowell, Massachusetts, antes de compartilhar a notícia com a comunidade.

Barbosa acredita que o legado de Boston como cidade acolhedora para imigrantes continuará através da igreja, proporcionando um futuro onde os imigrantes não apenas encontrarão refúgio, mas também um verdadeiro senso de pertencimento—a mesma sensação de lar espiritual que ele, um dia, também encontrou.

“Boston sempre foi um lugar acolhedor para pessoas, desde seus primeiros colonizadores europeus. Acredito que essa tradição de acolher imigrantes sempre esteve presente aqui”, afirmou Barbosa.
(fonte: www.bcheights.com)

Fonte: Da redação

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