Publicado em 3/02/2025 as 8:00am
Sociedade médica de New Hampshire critica política que permite prisões de imigrantes em hospitais
A Sociedade Médica de New Hampshire condenou a decisão da administração Trump de permitir...
A Sociedade Médica de New Hampshire condenou a decisão da administração Trump de permitir que agentes de imigração realizem prisões em hospitais, alertando que isso pode impedir pacientes imigrantes de buscar atendimento médico necessário.
“Já vimos isso em anos anteriores, quando o aumento das ameaças de deportação levou pacientes com status de imigrante a atrasarem o tratamento”, afirmou a Dra. Marie-Elizabeth Ramas, médica em Nashua e presidente-eleita da entidade.
Anteriormente, políticas do Departamento de Segurança Interna (DHS) restringiam agentes do ICE (Imigração e Controle de Alfândega) de realizarem prisões em locais “sensíveis”, como escolas, igrejas e hospitais. Contudo, essas diretrizes foram revogadas. Em comunicado, o DHS declarou que a nova abordagem visa confiar no “senso comum” das forças de segurança, sem limitar suas ações.
A mudança gerou preocupação entre profissionais da saúde. Ramas destacou que muitos pacientes têm entrado em contato com ela temendo buscar cuidados médicos. “Nosso posicionamento é claro: todos merecem um local seguro para receber atendimento, independentemente do status migratório”, disse.
Ela ressaltou que informações médicas só podem ser divulgadas ao ICE mediante ordem judicial, mandado, intimação ou convocação emitida por um juiz. “É fundamental que a comunidade médica saiba que ainda podemos cuidar dos nossos pacientes de forma segura e ética.”
Impactos no sistema de saúde
Embora o efeito total da política no sistema de saúde ainda seja incerto, líderes hospitalares já demonstraram preocupação. Steve Ahnen, presidente da Associação de Hospitais de New Hampshire, afirmou que os hospitais seguirão as leis federais e estaduais relacionadas à aplicação da nova diretriz.
Dartmouth Health, o maior sistema de saúde do estado, reforçou que não coleta informações sobre o status migratório de pacientes. “Nossa missão como instituição sem fins lucrativos é fornecer o atendimento necessário a qualquer paciente que precise”, declarou Audra Burns, porta-voz da instituição. Ela enfatizou que os hospitais protegem dados sensíveis de pacientes e só os divulgam com consentimento ou exigência legal.
Concord Hospital, outro importante provedor de saúde na região, reafirmou seu compromisso com o atendimento universal e de qualidade. “Não perguntamos ou registramos o status migratório dos pacientes. Nossa prioridade é oferecer cuidados médicos seguros e compassivos para todas as comunidades que servimos”, disse Veronica Rosa, porta-voz do hospital.
Especialistas alertam que a nova política pode afetar não apenas a saúde dos imigrantes, mas também o bem-estar geral das comunidades. A mensagem da Sociedade Médica de New Hampshire é clara: a privacidade, segurança e o direito ao atendimento médico são valores que devem ser preservados.
Fonte: Da redação