Empresárias participam do protesto "Um Dia Sem Imigrantes" em Framingham (MA)

Na segunda-feira, dia 03, uma campanha nacional chamada "Um Dia Sem Imigrantes" foi realizada em todo o país, com o objetivo de destacar a importância do trabalho frequentemente invisível dos imigrantes e protestar contra políticas que afetam essa comunidade, especialmente os indocumentados.

No entanto, em Framingham, Massachusetts, a sensação entre os moradores é de que já são vários dias sem imigrantes, especialmente após relatos de que agentes do Departamento de Imigração (ICE, sigla em inglês) estariam fazendo prisões na região.

Roni Figueroa, proprietário do restaurante Los Pinos, relatou ter visto agentes federais perseguirem e prenderem um homem na rua Concord, em frente ao seu estabelecimento. "Foi a primeira vez que vi alguém ser detido daquela forma", disse Figueroa. O ICE não respondeu a vários pedidos de comentários sobre esse e outros incidentes recentes.

A campanha "Um Dia Sem Imigrantes" busca chamar a atenção para o impacto que a ausência desses trabalhadores tem no cotidiano das pessoas, seja no trabalho, nas compras ou nas escolas. No entanto, muitos imigrantes optaram por não participar da campanha por medo de perderem seus empregos ou sofrerem retaliações. Para alguns, como Figueroa, as prisões observadas reforçaram o temor de que eles próprios possam ser alvos no futuro.

O pastor evangélico Marsoli Sampaio, da Family Connection Ministers, relatou que o culto de domingo teve uma presença menor do que o habitual. Ele destacou que muitos imigrantes vivem com o receio de estar no lugar errado na hora errada. "Espero e oro para que algo melhor aconteça pelo futuro dos imigrantes nesta nação", disse Sampaio.

Enquanto isso, a jovem Zeneyda Barrera, de 18 anos e residente em Lynn, foi liberada da custódia do ICE após ser detida por uma discussão com o irmão sobre o uso do celular. Apesar de ter status legal nos Estados Unidos, ela foi levada sob custódia, segundo seu advogado.

O clima de medo e incerteza também afetou os negócios locais. Gabriel Viana, gerente de um restaurante em Framingham, espera que sua empresa possa voltar ao normal em breve. "Na realidade, nas últimas semanas, o movimento tem estado praticamente vazio. A maioria das pessoas não está saindo de casa, seja para trabalhar ou estudar", afirmou.

Alessandro Santos, que trabalha na área de educação, observou um aumento significativo no absentismo escolar. "As crianças não querem ir à escola porque acham que podem causar problemas para os pais", explicou.

Por outro lado, Elvis Santos, residente de Framingham e nacional brasileiro, expressou apoio às ações do ICE, desde que o foco seja em criminosos violentos. "Se for um criminoso, sem problemas, prendam-no, porque precisamos manter a comunidade segura", disse ele.

Enquanto a comunidade imigrante de Framingham lida com o medo e a incerteza, a campanha "Um Dia Sem Imigrantes" serviu como um lembrete poderoso do papel vital que esses indivíduos desempenham na sociedade. No entanto, a aparente atividade do ICE na região lançou uma sombra sobre o protesto, destacando os desafios contínuos enfrentados por essa população.

Fonte: Da redação