ICE prendeu mais de 7.400 imigrantes indocumentados em nove dias do governo Trump

O Departamento de Imigração (ICE, sigla em inglês) prendeu mais de 7.400 imigrantes indocumentados em diversas operações realizadas ao longo de nove dias, marcando uma das maiores ofensivas contra a imigração irregular desde a posse do novo governo Trump. As ações incluíram batidas em residências, locais de trabalho e outros estabelecimentos, com o governo federal aumentando o ritmo das deportações e prometendo enviar os criminosos mais perigosos para a base de Guantánamo Bay.

De acordo com os dados do ICE até 31 de janeiro, 7.412 imigrantes sem status legal foram presos, e quase 6.000 detenções adicionais foram solicitadas pela agência. As operações foram particularmente intensificadas em cidades-santuário como Nova York, Chicago e Boston, onde agentes prenderam indivíduos acusados de crimes sexuais contra menores, estupros, posse ilegal de armas e tráfico de drogas. Entre os detidos estão membros de gangues violentas como o Tren de Aragua e a MS-13.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, que supervisiona o ICE, declarou que a prioridade tem sido prender os "piores dos piores". O czar da fronteira, Tom Homan, enfatizou que o foco da administração está nos imigrantes violentos.

Muitas dessas operações foram conduzidas em parceria com outras agências federais, incluindo a Drug Enforcement Agency (DEA), o Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF) e o Federal Bureau of Investigation (FBI). Em Nova York, Noem participou pessoalmente de uma ação que resultou na captura de Anderson Zambrano-Pacheco, apontado como líder da facção Tren de Aragua. Ele havia sido identificado em um vídeo viral no qual homens armados invadiam um apartamento no Colorado.

Outro caso relevante foi a prisão de Luis Adolfo Guerra Perez, membro da MS-13 e cidadão da Guatemala, em Massachusetts. Ele enfrentava acusações por porte ilegal de arma de fogo e já havia recebido uma ordem de deportação, mas foi libertado por um tribunal de Boston antes de ser novamente detido pelo ICE.

Enquanto alguns moradores das áreas onde ocorreram as operações demonstraram apoio às ações do ICE, líderes locais têm se posicionado contra a repressão. O ativista comunitário Ramses Frías, do Queens, afirmou que muitos imigrantes e cidadãos aprovam a retirada de criminosos de suas comunidades. Já os prefeitos Brandon Johnson, de Chicago, e Michelle Wu, de Boston, reafirmaram o compromisso de manter suas cidades como santuários para imigrantes indocumentados.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, confirmou que os imigrantes considerados mais perigosos poderão ser temporariamente detidos em Guantánamo Bay e que "todas as opções estão na mesa" para ações militares contra cartéis. O presidente Donald Trump anunciou que ordenou a preparação de uma instalação com capacidade para 30.000 detentos no local, medida que inicialmente foi divulgada como uma ordem executiva, mas depois foi corrigida como um memorando presidencial.

A política migratória do novo governo segue gerando debates e promete continuar sendo um dos principais temas da administração Trump.

Fonte: Da redação