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Publicado em 7/02/2025 as 4:00pm

Pastores neopentecostais nos EUA temem perda de fiéis com deportações de brasileiros indocumentados

Pastores de igrejas neopentecostais brasileiras instaladas em cidades dos Estados Unidos estão...

Pastores de igrejas neopentecostais brasileiras instaladas em cidades dos Estados Unidos estão enfrentando um dilema: a perda de fiéis, muitos deles brasileiros em situação irregular no país, que agora correm o risco de deportação devido às políticas migratórias mais rígidas do presidente americano, Donald Trump. A situação tem gerado preocupação entre líderes religiosos, que veem suas comunidades diminuírem e seus ministérios serem diretamente impactados.

Nesta sexta-feira, 7, está prevista a chegada ao Brasil do segundo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos. O grupo, cujo número de passageiros não foi divulgado, desembarcará no aeroporto de Fortaleza, após uma mudança de rota para evitar que os deportados sobrevoem o território brasileiro algemados, conforme determina o governo americano em casos de deportação.

O primeiro voo, que chegou ao Brasil em 25 de janeiro, transportou 158 pessoas.

A tensão entre o apoio político e a realidade das comunidades religiosas tem dividido pastores e bispos neopentecostais. Muitos deles são seguidores declarados de Jair Bolsonaro e admiradores de Donald Trump, mas agora se veem confrontados com as consequências das políticas de deportação do presidente americano.

O pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, conhecido por seu apoio a Trump, criticou publicamente as deportações, destacando o impacto sobre os fiéis.

“É interessante saber se o nível de alienação da realidade que esse nacionalismo cristão promove vai ser mais forte do que a realidade proximal para esses líderes religiosos que estão nos Estados Unidos e veem agora pessoas de suas comunidades serem deportadas e o seu ministério ser ameaçado e reduzido”, afirmou o pastor Sérgio Dusilek, da Igreja Batista de Marapendi, no Rio de Janeiro.

Dusilek, que mantém contatos com comunidades de brasileiros evangélicos na Flórida, alertou para o medo que muitos imigrantes ilegais têm de frequentar igrejas e até mesmo de ir ao trabalho. “O Trump já avisou que vai procurar os ilegais também nas igrejas. E já houve casos de brasileiros ilegais que estavam em retiros religiosos, foram encontrados pelo Departamento de Imigração e deportados”, relatou Dusilek.

As igrejas brasileiras nos Estados Unidos, como a Universal do Reino de Deus, liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Batista da Lagoinha, do pastor André Valadão, que reside na Flórida, são compostas em grande parte por brasileiros em situação irregular. Regiões como Boston, New Jersey, Newark, Flórida e Califórnia concentram um número significativo de evangélicos brasileiros.

Essas igrejas funcionam como redes de apoio, reunindo pequenas comunidades de 50 a 60 fiéis. “As igrejas de brasileiros são compostas por gente trabalhadora, honesta, que foi para a América buscando uma vida mais digna frente às desigualdades e dificuldades no Brasil”, destacou Dusilek.

Enquanto o governo americano intensifica as deportações, os líderes religiosos se veem diante de um desafio: conciliar suas convicções políticas com a realidade de suas comunidades, que estão cada vez mais fragilizadas.

O medo e a incerteza têm afastado fiéis, colocando em risco não apenas o futuro dessas igrejas, mas também o bem-estar de milhares de brasileiros que buscam refúgio e esperança em solo americano.

Fonte: Da redação

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