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Publicado em 13/02/2025 as 8:00pm

FEMA suspende pagamentos para abrigo de imigrantes em NY após críticas de Elon Musk

O administrador interino da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA, sigla em...

O administrador interino da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA, sigla em inglês), Cameron Hamilton, anunciou nesta segunda-feira, dia 11, a suspensão dos pagamentos enviados à cidade de Nova York para abrigar imigrantes, após o bilionário Elon Musk criticar publicamente as transações em sua plataforma de mídia social, X (antigo Twitter).

Musk, que também chefia o Departamento de Eficiência Governamental, acusou a FEMA de enviar US$ 59 milhões para hotéis de luxo na cidade sob o pretexto de abrigar imigrantes ilegais, afirmando que o dinheiro seria recuperado.

A declaração de Musk, no entanto, carece de evidências concretas. Dados da prefeitura de Nova York indicam que os recursos recebidos para cuidar de imigrantes foram aprovados pelo Congresso e alocados pela FEMA no ano passado.

A cidade não foi notificada sobre qualquer suspensão de financiamento, segundo Liz Garcia, porta-voz da prefeitura. Ela destacou que os pagamentos recentes, incluindo uma parcela de US$ 59 milhões, cobrem despesas relacionadas a hotéis, segurança, alimentação e outros custos acumulados entre novembro de 2023 e outubro de 2024.

O Programa de Abrigo e Serviços (Shelter and Services Program) foi criado em 2019 para reembolsar governos locais e organizações pelos custos de abrigar e alimentar imigrantes liberados na fronteira sul dos EUA. O programa é administrado pela FEMA, mas os recursos são destinados especificamente para a Proteção Alfandegária e de Fronteiras (CBP), também vinculada ao Departamento de Segurança Interna (DHS). O dinheiro é separado do fundo principal de auxílio a desastres da FEMA, que é usado para ajudar vítimas de furacões, enchentes e outras catástrofes.

Apesar disso, o programa tem sido alvo de críticas de republicanos, que argumentam que os recursos deveriam ser direcionados a áreas afetadas por desastres naturais, não a cidades com leis que garantem o direito a abrigo, como Nova York. A cidade abriga atualmente 46 mil imigrantes, a maioria famílias, e enfrenta uma crise humanitária desde a primavera de 2022, quando começou a receber um fluxo significativo de imigrantes.

Em suas publicações no X, Musk afirmou que os US$ 59 milhões identificados por sua equipe representam "insubordinação grosseira a ordem executiva do presidente" e prometeu recuperar os fundos. Ele também acusou a administração Biden de desviar recursos de auxílio a desastres para "oferecer hotéis cinco estrelas para ilegais". No entanto, a prefeitura de Nova York negou pagar tarifas de luxo, destacando que a maioria dos hotéis utilizados está fora de Manhattan, com custos médios de US$ 152 por noite — valor significativamente inferior às diárias de hotéis cinco estrelas na região.

Trisha McLaughlin, porta-voz do DHS, respondeu às críticas citando declarações recentes da secretária Kristi Noem, que defende uma reformulação completa da FEMA. McLaughlin afirmou que funcionários que autorizaram os pagamentos sem consultar a liderança serão demitidos e responsabilizados.

O futuro da FEMA sob a administração Trump

A polêmica ocorre em meio a especulações sobre o futuro da FEMA. Durante uma visita à Carolina do Norte no mês passado, o presidente Donald Trump sugeriu que poderia "extinguir" a agência, criando um grupo de trabalho para revisar sua estrutura e operações. Críticos da FEMA, especialmente republicanos, argumentam que a agência não fez o suficiente para ajudar sobreviventes dos furacões Helene e Milton no ano passado. Além disso, um projeto conservador chamado "Projeto 2025", elaborado por aliados de Trump, propõe realocar a FEMA para o Departamento do Interior ou o Departamento de Transportes e transferir mais responsabilidades de prevenção e resposta a desastres para os estados.

Impacto em Nova York e além
A suspensão dos pagamentos pode agravar a crise humanitária em Nova York, que já enfrenta desafios para abrigar milhares de imigrantes. A cidade depende de reembolsos federais para cobrir despesas que incluem desde hotéis até complexos de tendas. Garcia, a porta-voz da prefeitura, ressaltou que ainda há milhões de dólares em reembolsos pendentes.

Enquanto isso, outras localidades que receberam recursos do Programa de Abrigo e Serviços afirmaram não ter sido notificadas sobre mudanças nos pagamentos. A falta de clareza sobre o futuro do programa e os recursos da FEMA deixa governos locais e organizações em alerta, especialmente em um momento de aumento nas chegadas de imigrantes à fronteira sul.

A situação também reflete a polarização política em torno da imigração e do papel do governo federal no apoio a cidades e estados que lidam com crises humanitárias. Enquanto a administração Trump busca cortar custos e reduzir o tamanho do governo, cidades como Nova York continuam a pressionar por mais apoio federal para lidar com os desafios imediatos.

Fonte: Da redação

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