Publicado em 6/03/2025 as 6:00pm
New York facilita obtenção de identificação municipal para imigrantes, ampliando acesso a benefícios e moradia
Exemplo divulgado pela Prefeitura de NY Autoridades de New York estão simplificando o...

Autoridades de New York estão simplificando o processo para que imigrantes indocumentados obtenham o cartão de identificação municipal (IDNYC), facilitando o acesso a benefícios como moradia e saúde gratuita. A mudança, apoiada pelo prefeito Eric Adams e aprovada pela Câmara Municipal, amplia para 23 os tipos de documentos que podem ser usados para solicitar o IDNYC. Entre os exemplos estão carteiras de motorista vencidas, documentos emitidos pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, sigla em inglês) ou pelo Departamento Federal de Prisões, além de cerca de 100 outras formas de identificação.
O programa IDNYC foi lançado em 2015 durante a administração do ex-prefeito Bill de Blasio, com o objetivo de ajudar imigrantes a acessar serviços como saúde gratuita, matrícula em escolas e abertura de contas bancárias. Atualmente, o programa está disponível para todos os nova-iorquinos com 10 anos ou mais, independentemente do status imigratório. Desde sua criação, quase 1,7 milhão de pessoas já obtiveram o cartão, com 132.054 emitidos apenas no ano passado.
A medida, no entanto, não é consensual. A deputada federal Nicole Malliotakis (R-NY) criticou a iniciativa, classificando-a como uma "péssima ideia". Em entrevista ao New York Post, ela argumentou que fornecer um documento de identificação governamental a pessoas em situação irregular pode incentivá-las a migrar para os EUA e facilitar o acesso a serviços públicos sem a devida verificação de antecedentes. "O mais preocupante é que não há um processo rigoroso para garantir que os documentos apresentados não sejam falsos", afirmou Malliotakis.
Por outro lado, um representante da cidade garantiu ao Post que os candidatos ao IDNYC passam por uma verificação rigorosa de antecedentes criminais. Além disso, o prefeito Eric Adams destacou, em um artigo publicado na Harlem World Magazine, os esforços de sua administração para lidar com o que chamou de "fluxo sem precedentes de solicitantes de asilo" desde 2022. Segundo Adams, mais de 189 mil dos 232.600 imigrantes que buscaram serviços da cidade nos últimos três anos deram passos significativos em direção à autossuficiência, com 84% dos adultos recebendo ou solicitando autorização de trabalho.
Adams também ressaltou que a cidade comprou mais de 53 mil passagens para ajudar os imigrantes a alcançarem seus "destinos preferidos", reduzindo os custos de longo prazo para os contribuintes. Além disso, o Departamento de Pequenos Negócios de Nova York conectou a população imigrante a centenas de oportunidades de emprego, enquanto cursos de inglês como segunda língua foram oferecidos diretamente nos abrigos.
Na semana passada, Adams anunciou o fechamento do abrigo para imigrantes no Roosevelt Hotel, em Manhattan, até junho. O local, que foi convertido em um centro de acolhimento com cerca de 1.000 quartos, atendeu mais de 173 mil imigrantes desde maio de 2023. O fechamento marca um marco nos esforços da cidade para lidar com a crise migratória.
"Embora ainda tenhamos trabalho a fazer, hoje celebramos um progresso significativo em um esforço humanitário internacional sem precedentes", disse Adams em comunicado. Ele enfatizou que Nova York continuará a ser um "farol de esperança" para pessoas de todo o mundo que buscam reconstruir suas vidas.
Apesar das críticas, a administração de Adams mantém o foco na integração dos imigrantes, reforçando o papel da cidade como um símbolo de diversidade e oportunidade. "Somos todos nova-iorquinos juntos: o que afeta um de nós, afeta a todos", concluiu o prefeito.