Publicado em 6/03/2025 as 10:00am
Projeto de Lei de Emergência em CT aborda imigração e pagamento a atletas da UConn
Imagem ilustrativa Em um movimento que mistura política imigratória, direitos LGBTQ+ e...

Em um movimento que mistura política imigratória, direitos LGBTQ+ e até mesmo o futuro do recrutamento de atletas da Universidade de Connecticut (UConn), a Assembleia Geral de Connecticut aprovou na terça-feira dois projetos de lei de emergência, destacando como as políticas do ex-presidente Donald Trump continuam a moldar decisões legislativas mesmo longe de Washington, D.C.
O House Bill 7066, aprovado no Senado por 25 votos a 9, com apenas um republicano votando a favor, é um exemplo claro de como questões nacionais estão influenciando ações estaduais. O projeto, que combina temas aparentemente desconexos, foi criticado por republicanos como um esforço simbólico para desafiar Trump, enquanto democratas defendem sua urgência diante de políticas federais consideradas hostis.
O Conteúdo do Projeto
O HB 7066 possui quatro seções principais:
Rebate às Políticas de Imigração de Trump: O projeto destina US$ 2,8 milhões em subsídios para organizações afetadas pelas políticas da administração Trump, incluindo a Planned Parenthood e grupos que atendem refugiados, imigrantes e a comunidade LGBTQ+, especialmente pessoas em busca de cuidados de afirmação de gênero.
Proteção a Escolas e Igrejas: Exige que cada distrito escolar designe um administrador para interagir com autoridades federais de imigração, uma medida que republicanos consideram desnecessária, já que não há registros de crianças sendo removidas de escolas em Connecticut.
Proibição de Drones Chineses: Veta a compra de drones fabricados na China, refletindo preocupações de segurança nacional.
Pagamento a Atletas da UConn: Permite que a UConn comece a pagar seus atletas, alinhando-se às novas regras da NCAA após um acordo antitruste.
Debate Acalorado
O projeto foi alvo de intenso debate no Senado, com republicanos argumentando que a certificação de emergência foi usada de forma inadequada para acelerar a aprovação de medidas que não representam uma crise real. O líder da minoria no Senado, Stephen Harding (R-Brookfield), criticou a falta de audiências públicas e revisão adequada, afirmando que o processo legislativo foi "usurpado".
Já os democratas defenderam a urgência do projeto. O presidente do Senado, Martin M. Looney (D-New Haven), argumentou que os grupos beneficiados estão sob ataque da administração federal e precisam de apoio imediato. "Há uma necessidade urgente de assistir esses grupos, pois os serviços que prestam estão sendo injustamente visados", disse Looney.
Republicanos como Rob Sampson (R-Wolcott) classificaram o projeto como um "presente de Natal" para aliados democratas, sugerindo que os fundos deveriam ser direcionados para programas de nutrição para idosos ou ajuda com contas de energia. Sampson também questionou a necessidade da seção sobre imigração, afirmando que não há evidências de que crianças tenham sido removidas de escolas no estado.
Por outro lado, Gary Winfield (D-New Haven), co-presidente do Comitê Judiciário, argumentou que a legislação é preventiva. "Não devemos esperar que isso aconteça. Temos uma responsabilidade com as pessoas deste estado, incluindo nossas crianças", disse Winfield, destacando o clima de medo criado pelas políticas de imigração de Trump.
O único republicano a apoiar o projeto, Tony Hwang (R-Fairfield), justificou seu voto afirmando que a legislação envia uma mensagem importante: escolas e igrejas devem ser refúgios seguros para crianças. Ele também expressou apoio aos subsídios para refugiados e grupos LGBTQ+.
UConn e o Pagamento a Atletas
Um dos momentos mais leves do debate veio quando Derek Slap (D-West Hartford), co-presidente do Comitê de Educação Superior, defendeu a seção que permite pagamentos a atletas da UConn. "Se você é fã de basquete, isso é uma emergência", brincou Slap, explicando que a UConn ficaria em desvantagem no recrutamento se a legislação não fosse aprovada rapidamente.
O HB 7066 foi aprovado na Câmara por 94 a 49, com todos os republicanos e dois democratas votando contra. Já o House Bill 7067, que destina US$ 40 milhões para educação especial, teve apoio quase unânime, passando por 140 a 5 na Câmara e por unanimidade no Senado.