Publicado em 11/03/2025 as 5:00pm
Quatro brasileiros são presos por operar rede ilegal de distribuição de medicamentos em Massachusetts
Quatro brasileiros indocumentados residentes em Framingham, Massachusetts, foram presos por...
Quatro brasileiros indocumentados residentes em Framingham, Massachusetts, foram presos por supostamente integrar uma rede de importação e distribuição de medicamentos controlados e falsificados, trazidos ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos. Os acusados, identificados como Douglas Reis de Souza, 40 anos; Dekny Marcos de Carvaleho Reis, 33; Dekmara de Carvalho Reis, 34; e Wandiscleia Ferreira de Souza Guimaraes, 41, enfrentam acusações de conspiração para distribuir e possuir substâncias controladas com intenção de venda. Eles foram detidos na manhã desta quarta-feira e, após audiência inicial, aguardam julgamento marcado para 13 de março de 2025.

De acordo com as autoridades, o grupo operava sob a fachada de uma farmácia ilegal, atendendo principalmente à comunidade de língua portuguesa na região de Framingham. Douglas Reis de Souza, que se apresentava como farmacêutico com mais de 22 anos de experiência, distribuía cartões de visita com os dizeres: “Douglas Reis, Farmacêutico. Remédios do Brasil. Atendimento 24 horas. Chame no WhatsApp e eu posso ajudar você.” Entre os serviços oferecidos estavam a venda de pílulas anticoncepcionais, injeções para problemas musculares e ortopédicos, e até perfuração de orelhas.
Segundo os documentos da acusação, Reis de Souza importava medicamentos de grau farmacêutico, incluindo substâncias controladas, de várias localidades do Brasil e os revendia para clientes nos EUA. Durante a investigação, iniciada em outubro de 2023, foram apreendidos 24 pacotes enviados do Brasil para a organização, todos contendo medicamentos controlados importados ilegalmente. Entre os produtos distribuídos estavam comprimidos de codeína, tramadol, clonazepam e morfina.

Além de Reis de Souza, os outros três acusados teriam atuado no processamento, preparação e entrega dos pedidos de medicamentos. A organização supostamente distribuíu 154 comprimidos de codeína, 60 de tramadol, 280 de clonazepam e 450 de morfina, seja por meio de vendas controladas ou pelo correio.
Nesta quinta-feira, mandados de busca foram cumpridos em um apartamento usado pelo grupo como uma espécie de consultório médico clandestino. No local, as autoridades encontraram uma área de exames, seringas usadas e grandes quantidades de medicamentos controlados e não controlados, muitos deles falsificados. Reis de Souza não possuía licença para dispensar qualquer tipo de medicamento.
A procuradora dos EUA, Leah B. Foley, destacou a gravidade do caso: “Por anos, esses indivíduos exploraram a confiança da comunidade para vender medicamentos no mercado negro, colocando a saúde e a segurança de inúmeras pessoas em risco, tudo por lucro.” Ela pediu que qualquer pessoa afetada pelo esquema entre em contato com as autoridades.
O caso faz parte da Operação Take Back America, uma iniciativa nacional que visa combater a imigração ilegal, eliminar cartéis e organizações criminosas transnacionais, e proteger comunidades americanas de crimes violentos. Se condenados, os acusados podem enfrentar até 20 anos de prisão, além de multas de até US$ 1 milhão e deportação após o cumprimento da pena.

As investigações contaram com a colaboração de várias agências, incluindo a DEA (Drug Enforcement Administration), o Serviço de Inspeção Postal dos EUA, Imigração e Alfândega e a FDA (Food and Drug Administration). O caso está sendo processado pelo procurador assistente Evan Panich, da Unidade de Narcóticos e Lavagem de Dinheiro.
As informações contidas nos documentos da acusação são alegações. Os réus são presumidos inocentes até que se prove sua culpa além de qualquer dúvida razoável em um tribunal de justiça.