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Publicado em 12/03/2025 as 2:00pm

Prefeita de Boston (MA) defende imigrantes indocumentados diante do Congresso

A prefeita de Boston (Massachusetts), Michelle Wu, testemunhou perante o Congresso dos Estados...

A prefeita de Boston (Massachusetts), Michelle Wu, testemunhou perante o Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira em uma audiência do Comitê de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara, que examinou as políticas de cidades-santuário. Ela foi uma das quatro prefeitas democratas convocadas para discutir as práticas que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração, exceto em casos envolvendo criminosos. A audiência ocorreu em meio a esforços intensificados da administração Trump para reforçar as leis de imigração federal.

Além de Wu, participaram da audiência os prefeitos Eric Adams (New York City), Brandon Johnson (Chicago) e Mike Johnston (Denver). A convocação ocorreu dias após Tom Homan, czar da fronteira da administração Trump, ameaçar trazer "inferno" a Boston por suas políticas de imigração. Durante o testemunho, Wu foi questionada sobre a segurança pública de Boston, as políticas de imigração da cidade e os procedimentos da polícia local.

Em sua declaração inicial, Wu destacou que Boston é "a grande cidade mais segura do país", graças a leis rigorosas sobre armas e à confiança da comunidade na polícia. "A abordagem desta administração federal está minando essa confiança", afirmou. Ela também rebateu as declarações de Homan: "Que vergonha dele por mentir sobre minha cidade, por ter a audácia de insultar nosso comissário de polícia, que supervisionou a Boston mais segura da história. Estou aqui para garantir que Boston seja segura. Outros podem querer trazer o inferno. Nós estamos aqui para trazer paz."

A prefeita foi questionada pelo republicano Stephen Lynch sobre como equilibrar as políticas federais de imigração com as práticas das cidades-santuário. Wu pediu que o Congresso aprovasse uma "lei de imigração abrangente, consistente e compassiva", afirmando que isso facilitaria o trabalho das cidades.

Enquanto Wu testemunhava em Washington, um rally organizado pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) de Massachusetts, pelo Conselho Municipal de Boston e pela Coalizão de Defesa de Imigrantes e Refugiados de Massachusetts reuniu centenas de pessoas na City Hall Plaza em apoio às políticas de santuário da cidade.

A vereadora Julia Mejia destacou a importância de resistir às políticas de Trump: "Foi-me dito que não deveríamos chamar atenção para essa conversa, que já havia muito calor em Boston e que precisávamos nos acalmar. Mas a comunidade imigrante disse: 'Não, precisamos ser mais altos, mais orgulhosos, precisamos nos levantar e lutar.'"

Já o vereador Enrique Pepén ressaltou o papel fundamental dos imigrantes na cidade: "Não sei de quais imigrantes o ICE ou a administração Trump estão falando, mas os imigrantes que eu conheço são nossos professores, motoristas de ônibus, donos de negócios, pais, vizinhos."

O vereador Benjamin Weber lembrou a tradição de ativismo político de Boston: "Hoje é o aniversário do Massacre de Boston. Diante do autoritarismo e da tirania, o que fazemos aqui em Boston? Lutamos."

O evento terminou com uma oração e música lideradas pela reverenda Mariama White-Hammond, que pediu compaixão até mesmo para aqueles que propagam o ódio. "Também quero rezar por meus vizinhos que propagam o ódio, porque sei que esse espírito anti-imigrante vem de um lugar de medo. Não precisamos de ódio para estarmos seguros."

Antuan Castro Del Rio, morador de Watertown, participou do rally para combater a "retórica de ódio" da administração Trump. "Esta é a terra dos Wampanoag e da tribo Massachusetts, que viveram aqui 12 mil anos antes de qualquer um chegar. Sempre que os imigrantes são atacados, temos que sair e lutar."

A audiência e o rally ocorreram em um momento de tensão entre cidades-santuário e o governo federal. O Departamento de Justiça entrou com ações judiciais para desafiar as jurisdições santuário, e a administração Trump propôs legislação para penalizá-las, retendo fundos federais, como os destinados ao transporte.

Arjun Vishwanath, professor assistente da Universidade de Boston, acredita que, se os tribunais decidirem a favor da administração Trump, as cidades podem começar a cooperar com o ICE, já que os fundos federais são "inestimáveis". Por outro lado, Philip Wohltors, membro dos Republicanos da Universidade de Boston, defendeu as políticas rigorosas de imigração de Trump, argumentando que promovem o "Estado de direito". "Acho justo e válido deportar imigrantes indocumentados e não verificados. Não por causa da cor da pele ou do idioma, mas porque violaram a lei."

Enquanto o debate nacional sobre imigração continua, Boston e outras cidades-santuário permanecem firmes em suas políticas, buscando equilibrar a aplicação da lei com a proteção de suas comunidades imigrantes.

Fonte: Da redação

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