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Publicado em 15/03/2025 as 10:00am

Com medo de deportação, brasileiros nos EUA correm aos consulados para garantir documentação dos filhos

Fonte: Da redação


O medo da separação familiar tem levado milhares de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos a buscar, em massa, os consulados do Brasil para garantir a documentação de seus filhos. A preocupação cresceu diante da possibilidade de pais serem presos e deportados, deixando para trás crianças que nasceram em solo americano e, por lei, têm cidadania dos EUA. O cenário de incerteza e o clima de "total pânico", segundo fontes próximas ao governo brasileiro, têm gerado uma corrida sem precedentes por registros civis, certidões de nascimento e passaportes.

Os números refletem a tensão. Em janeiro, os consulados brasileiros nos EUA receberam 500 solicitações de documentação para crianças. Em fevereiro, esse número saltou para 700. Já em março, nos maiores consulados, como os de Nova York, Boston e Miami, o volume de pedidos aumentou dez vezes, chegando a milhares de solicitações. A demanda por passaportes também dobrou, sobrecarregando os serviços consulares e aumentando o tempo de espera para a emissão dos documentos. O que antes era resolvido em uma semana, agora pode levar até dois meses.

A preocupação dos imigrantes brasileiros não é infundada. Pela legislação americana, crianças nascidas nos Estados Unidos têm direito à cidadania local e não podem ser deportadas. No entanto, pais estrangeiros em situação irregular correm o risco de serem detidos e expulsos do país, o que pode resultar na separação das famílias e na custódia dos filhos pelo Estado americano. Esse temor tem sido agravado pela política de imigração mais rigorosa adotada nos últimos anos, que aumentou as deportações e as operações de fiscalização.

O clima de apreensão foi tema de uma reunião recente entre diplomatas brasileiros nos EUA. De acordo com uma fonte familiarizada com o caso, a situação é crítica, e muitos imigrantes estão evitando até mesmo se deslocar até os consulados com medo de serem abordados pela polícia no transporte público. Para piorar, as filas nos consulados têm crescido exponencialmente, e a burocracia envolvida no processo de documentação tem se tornado um desafio adicional.

Diante desse cenário, o governo brasileiro tem buscado soluções emergenciais. Uma das medidas adotadas é a criação de consulados itinerantes, que percorrem regiões com grande concentração de imigrantes para facilitar o acesso à documentação essencial. A iniciativa visa reduzir o impacto da crise e garantir que, em caso de deportação, as crianças possam acompanhar seus pais de forma legal e segura.

Atualmente, estima-se que cerca de 30 mil brasileiros estejam condenados à deportação nos Estados Unidos. Para muitos deles, a prioridade agora é garantir que seus filhos tenham os documentos necessários para evitar a separação familiar e garantir um futuro mais estável, mesmo diante de um cenário incerto. Enquanto isso, os consulados seguem sobrecarregados, tentando atender à demanda crescente em meio a um clima de medo e desespero que atinge milhares de famílias brasileiras em solo americano.

A crise evidencia não apenas os desafios enfrentados pelos imigrantes, mas também a complexidade das políticas de imigração e seus impactos humanos. Para os brasileiros nos EUA, a luta agora é para manter suas famílias unidas, diante de um sistema que, muitas vezes, parece não levar em conta os laços que unem pais e filhos.

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