Publicado em 17/03/2025 as 12:00pm
Policiais e militares brasileiros se mudam para os EUA em busca de melhores salários e condições de trabalho
Uma nova tendência tem ganhado destaque entre profissionais da segurança pública no...
Uma nova tendência tem ganhado destaque entre profissionais da segurança pública no Brasil: a imigração de policiais e militares para os Estados Unidos, onde encontram oportunidades em departamentos de polícia locais. Atraídos por salários elevados, melhores condições de trabalho e a possibilidade de recomeçar em um novo país, muitos brasileiros estão deixando suas carreiras no Brasil para ingressar em forças policiais norte-americanas.
A informação foi divulgada pelo canal “Fala Guerreiro Cast”, que entrevistou um policial penal brasileiro atualmente em processo de se tornar policial nos EUA.
Ao contrário do que se imagina, não é necessário ser cidadão americano ou possuir o Green Card para ingressar em uma força policial nos Estados Unidos. Estados como Califórnia, Havaí e Colorado oferecem um caminho facilitado para estrangeiros: basta ter uma autorização de trabalho (work permit) e um número do Seguro Social (Social Security Number), equivalente ao CPF brasileiro. Com esses documentos, é possível se candidatar a vagas na segurança pública, mesmo sem um domínio avançado do inglês.
O policial brasileiro João Fuster, entrevistado pelo “Fala Guerreiro Cast”, revelou que está participando do processo seletivo da Polícia de Los Angeles (Califórnia) com um nível básico de inglês. Ele detalhou que o treinamento policial nos EUA é dividido em três fases: seis meses de academia, seguidos por seis meses de supervisão monitorada por um sargento e, finalmente, mais seis meses ao lado de um policial experiente antes de atuar de forma independente.
Durante todo esse período de preparação, os recrutas já recebem salário, que pode variar de US$ 7,400 US$ 12,000 mensais, dependendo do departamento.
O alto déficit de policiais nos Estados Unidos tem levado departamentos a buscar profissionais estrangeiros, inclusive oferecendo incentivos financeiros para atrair candidatos. Em alguns escritórios de xerife na Califórnia, por exemplo, são pagos bônus de até US$ 40.000 para quem aceitar trocar de departamento. No entanto, muitas vagas permanecem ociosas devido à alta demanda por dedicação e comprometimento exigidos pelo trabalho.
Para conseguir a autorização de trabalho nos EUA, policiais e militares brasileiros podem recorrer ao processo EB2-NIW, uma petição de “habilidade extraordinária”. Como membros da segurança pública, eles atendem aos critérios exigidos pelo governo norte-americano. O processo pode ser feito de forma independente, com auxílio de tutoriais disponíveis no YouTube, ou com o suporte de advogados especializados. Segundo o entrevistado, 99% dos pedidos feitos corretamente são aprovados em um período de três a seis meses.
A imigração de policiais e militares brasileiros para os EUA reflete não apenas a busca por melhores condições financeiras, mas também a oportunidade de recomeçar em um ambiente com mais recursos e estrutura. Para muitos, a experiência internacional representa uma chance de crescimento profissional e pessoal, além de contribuir para a segurança pública em um novo país.
Enquanto o Brasil enfrenta desafios estruturais na área de segurança, a tendência de migração para os Estados Unidos pode continuar a crescer, especialmente entre profissionais qualificados que buscam valorização e reconhecimento. Para aqueles que se aventuram nesse caminho, a recompensa pode ser significativa, tanto no aspecto financeiro quanto no desenvolvimento de carreira.