Publicado em 19/03/2025 as 8:00am
Governo Trump avalia ampliar restrições de entrada nos EUA para cidadãos de 43 países
Imagem ilustrativa A administração do ex-presidente Donald Trump está considerando...

A administração do ex-presidente Donald Trump está considerando impor novas e mais amplas restrições de entrada nos Estados Unidos a cidadãos de até 43 países, segundo autoridades familiarizadas com o assunto. A proposta, que ainda está em fase de deliberação, seria uma expansão das medidas já adotadas durante o primeiro mandato de Trump, conhecidas como "travel bans" (proibições de viagem), e incluiria três categorias de países: "vermelha", "laranja" e "amarela".
De acordo com uma lista preliminar elaborada por autoridades diplomáticas e de segurança, 11 países integram a lista "vermelha", cujos cidadãos seriam totalmente proibidos de entrar nos EUA. Entre eles estão Afeganistão, Irã, Coreia do Norte, Síria, Venezuela e Iêmen. Já a lista "laranja" inclui 10 nações, como Rússia, Paquistão e Haiti, onde as viagens seriam fortemente restritas. Nesses casos, apenas viajantes ricos a negócios poderiam receber permissão de entrada, enquanto vistos de imigração e turismo seriam negados. Além disso, cidadãos desses países teriam que passar por entrevistas presenciais para obter vistos.
A proposta também prevê uma lista "amarela", composta por 22 países que teriam 60 dias para corrigir deficiências identificadas pelos EUA, como falhas no compartilhamento de informações sobre viajantes, práticas inadequadas de segurança na emissão de passaportes ou a venda de cidadania a pessoas de países banidos. Caso não cumpram as exigências, essas nações poderiam ser reclassificadas para as listas "vermelha" ou "laranja". Entre os países na lista "amarela" estão Angola, Camarões, Mali e Zimbábue.
Autoridades que falaram sob condição de anonimato alertaram que a lista ainda pode sofrer alterações antes de ser enviada à Casa Branca para aprovação. Enquanto isso, porta-vozes de várias agências governamentais se recusaram a comentar o assunto ou não responderam a pedidos de declaração. O Departamento de Estado, no entanto, afirmou que está comprometido com a proteção da segurança nacional e com os "mais altos padrões de segurança pública" no processo de emissão de vistos, sem entrar em detalhes sobre as deliberações internas.
A proposta reflete a continuidade da política de imigração restritiva que marcou o governo Trump, com foco em medidas consideradas essenciais para a segurança nacional. No entanto, a ampliação das restrições pode gerar críticas de defensores dos direitos humanos e de países afetados, que podem ver a medida como discriminatória ou desproporcional.
Enquanto a administração Trump avalia os próximos passos, a proposta já começa a gerar repercussão internacional, especialmente entre os países listados, que aguardam definições sobre seu status e possíveis impactos nas relações bilaterais com os Estados Unidos.