Publicado em 19/03/2025 as 9:00pm
18 brasileiros sãos acusados e mais de 100 armas apreendidas em operação contra tráfico de armas em Massachusetts
Da redação Dezoito brasileiros residentes em Massachusetts estão enfrentando acusações...
Da redação
Dezoito brasileiros residentes em Massachusetts estão enfrentando acusações federais, e as autoridades apreenderam mais de 100 armas ilegais em uma operação federal contra o tráfico de armas, de acordo informações divulgadas pela procuradoria dos EUA na quarta-feira, dia 19.
A Procuradora Leah Foley disse que de Cape Cod a Boston, e em comunidades ao norte, sul e oeste de Boston, as acusações anunciadas na quarta-feira são o resultado de uma investigação federal de um ano sobre vendas ilegais de armas em Massachusetts,
“O tráfico ilegal de armas estaria ligado a um sindicato do crime transnacional que se estabeleceu em comunidades em todo o estado de Massachusetts”, disse ela. "Conforme alegado, esses acusados – a maioria dos quais não tem status legal nos Estados Unidos – desempenharam um papel na introdução de armas letais em Massachusetts, alguns como traficantes e outros como possuidores ilegais", acrescentou.
"Esse tipo de ilegalidade alimenta crimes violentos e fortalece organizações criminosas transnacionais que lucram com o caos e o medo. Isso coloca vidas norte-americanas em risco", disse Foley. "Este caso é um testemunho do poder de nossas parcerias entre as forças de segurança federais, estaduais e locais para manter nossas comunidades seguras e defender o Estado de Direito", destacou
De acordo com os documentos de acusação, a investigação identificou brasileiros em várias comunidades de Massachusetts que supostamente estiveram envolvidos na venda de diversos tipos de armas de fogo.
Os promotores alegam que algumas das armas estavam ligadas a atividades relacionadas a gangues, envolvendo uma grande organização criminosa transnacional, o Primeiro Comando da Capital (PCC), bem como gangues locais menores, especificamente as gangues "Tropa de Sete" e "Trem Bala".
O Primeiro Comando da Capital, originalmente fundado no sistema prisional de São Paulo, é uma das maiores organizações criminosas do Brasil e da América Latina.
Os promotores alegam que membros do PCC e seus associados "são conhecidos por cometer crimes violentos em benefício da organização, incluindo assassinatos, roubos armados, sequestros e a coordenação de uma operação transnacional de tráfico de drogas".
Até o momento, os investigadores apreenderam aproximadamente 110 armas de fogo, quantidades significativas de fentanil e munição desde o início da investigação em 2024.
As armas apreendidas incluem, mas não se limitam a, pistolas, rifles, rifles de cano curto e espingardas, que foram principalmente traficadas de áreas da Flórida e da Carolina do Sul para Massachusetts.
Foley disse que a maioria dos homens acusados está ilegalmente nos Estados Unidos. Os seguintes homens são acusados de atuar no comércio de armas sem licença:
Guilherme Fernandes Tavares, 31, indocumentado, residente em Marlborough;
Lucas Henrique Moreira de Paiva, 22, indocumentado, residente em Malden, Weymouth e Chelsea;
Victor Eduardo Santos de Souza, 21, indocumentado, residente em Framingham e Revere;
Rafaell Martins Ferreira, 27, indocumentado, residente em Boston;
Riquelme Henrique de Aguilar Ferreira, 21, indocumentado, residente em Framingham e Revere;
Lucas Ferreira da Silva, 27, de Malden;
Israel Yurisson dos Santos, 24, ilegal, residente em Marlborough;
Alason Ferreira-Peixoto, 22, de West Yarmouth;
Gideoni de Oliveira Moutinho, 32, indocumentado, residente em Malden, Weymouth e Chelsea;
Lucas Nascimento Siva, 27, de West Yarmouth;
Vanderson Rocha Oliveira, 31, indocumentado, residente em Boston;
Joao Vitor Dos Santos Goncalves Pimenta, 20, indocumentado, residente em Malden;
Patrick Rodrigues de Oliveira, 34, de Framingham;
Marcos Paulo Silva, 24, indocumentado, residente em Boston;
Talles Provette de Faria, 34, de Barnstable e Plymouth;
Talles também enfrenta a acusação de distribuição de fentanil.
Dois outros homens, João Victor da Silva Soares, 21, de Everett, e Floriano de Souza, 50, residente ilegal que morava em Yarmouth, são acusados de conspiração para atuar no comércio de armas sem licença.
Kessi Jhonny Firmino Sales, 23, residente ilegal que morava em West Yarmouth, é acusado de posse ilegal de arma de fogo por um estrangeiro ilegal.
"Este caso envolveu o tráfico de mais de 100 armas ilegais e inclui 18 acusados, muitos dos quais são imigrantes ilegais supostamente envolvidos na posse e distribuição ilegal de armas letais", disse James Ferguson, agente especial encarregado do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, sigla em inglês), Divisão de Campo de Boston, em um comunicado.
"A combinação de armas ilegais e indivíduos ilegalmente em nosso país representa uma grave ameaça à segurança pública", disse Ferguson. "O ATF não ficará parado – continuaremos a trabalhar agressivamente com nossos parceiros de aplicação da lei para identificar, investigar e desmantelar aqueles que armam criminosos e colocam nossas comunidades em perigo."
Patricia Hyde, diretora interina do ERO, a unidade de Operações de Remoção do Departamento de de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) em Boston, disse em um comunicado que muitos dos 18 brasileiros acusados "se estabeleceram ilegalmente nas comunidades de Massachusetts aparentemente com a intenção de causar danos aos nossos residentes".
"Não apenas eles eram supostamente membros ou associados de perigosas organizações criminosas transnacionais, mas também estavam supostamente envolvidos no tráfico de quantidades significativas de armas ilegais, munição e fentanil", disse Hyde. "O ICE em Boston continuará priorizando a segurança do público, prendendo e removendo infratores estrangeiros ilegais de nossos bairros na Nova Inglaterra", acrescentou.
Pelas acusações de atuar no comércio de armas sem licença e conspiração, eles enfrentam uma sentença de até cinco anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250.000.
Pela acusação de posse de arma de fogo por um estrangeiro ilegal, Firmino Sales enfrenta uma sentença de até 15 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250.000.
Os acusados estão sujeitos à deportação após o cumprimento de qualquer sentença imposta, disseram autoridades.