Publicado em 31/03/2025 as 4:00pm
Ex-agente da fronteira dos EUA obrigava mulheres a mostrar os seios para entrar no país
Imagm ilustrativa Um ex-agente da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos, Shane...

Um ex-agente da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos, Shane Millan, 53, se declarou culpado na semana passada por obrigar mulheres a expor os seios durante processos de entrada virtual no país. Segundo o Departamento de Justiça, Millan abusou de sua autoridade para satisfazer seus desejos pessoais, enganando as vítimas ao dizer que os atos eram "exigências oficiais".
De acordo com os autos do caso, Millan comandava sessões de processamento virtual de imigrantes quando ordenou que pelo menos quatro mulheres mostrassem os seios sob falsos pretextos. Em um dos episódios mais chocantes, ele alegou a uma mulher em Eagle Pass, Texas, que seus arquivos indicavam uma tatuagem no peito — algo que ela negou.
Mesmo assim, Millan insistiu: "Você precisa levantar a blusa para provar que não há tatuagem", disse, ameaçando negar sua entrada caso ela não obedecesse.
Após a mulher ceder, ele repetiu o pedido e, só então, respondeu: "OK. Bem-vinda aos EUA".
Em outro caso, Millan fez uma mulher tirar a blusa, mas "manter o sutiã", enquanto em outros dois incidentes as vítimas foram forçadas a expor totalmente o torso.
Premeditação e buscas por frases em espanhol
Documentos judiciais revelaram que Millan pesquisou no Google como dizer em espanhol:
"Preciso que você levante a blusa e o sutiã, por favor"
"Para verificar, preciso que você levante a blusa"
As provas indicam que ele planejou os abusos, usando seu cargo para coagir mulheres vulneráveis que dependiam de sua autorização para entrar no país.
Punição e sentença
Millan foi preso em agosto de 2023 e agora aguarda sentença, marcada para 7 de julho. Ele pode pegar até dois anos de prisão e multa de US$ 200 mil por violar os direitos constitucionais das vítimas.
O caso expõe falhas graves no sistema de imigração dos EUA e levanta questões sobre abusos de autoridade em postos de fronteira. O Departamento de Justiça afirmou que "conduta como a de Millan é inaceitável" e que trabalha para garantir que outros agentes não repitam crimes semelhantes.