Publicado em 4/04/2025 as 10:00am
Brasileiro preso em Massachusetts por tráfico de imigrantes vai ser transferido de presídio devido a problemas de saúde
O brasileiro Flavio Alexandra Alves, 41, acusado de contrabandear centenas de imigrantes...
O brasileiro Flavio Alexandra Alves, 41, acusado de contrabandear centenas de imigrantes ilegalmente para os Estados Unidos, foi autorizado por um juiz federal a ser transferido para uma prisão em Connecticut, onde poderá receber tratamento de diálise três vezes por semana. A decisão foi tomada no dia 28 de março pelo juiz David H. Hennessy, após alegações de que a detenção atual — no Donald W. Wyatt Detention Facility, em Rhode Island — não oferecia a assistência médica especializada necessária.
Inicialmente, o juiz propôs libertar Alves sob fiança de US$ 250.000 e prisão domiciliar, mas expressou preocupação com o "alto risco de fuga" do acusado. A sugestão foi substituída pela promotora federal Kristen Noto, que recomendou a transferência para o MacDougall-Walker Correctional Institution, em Connecticut, onde Alves permaneceria sob custódia dos U.S. Marshals e teria acesso aos tratamentos.
"Minha prioridade hoje era garantir que ele recebesse a atenção médica necessária", afirmou o advogado de defesa, Steven C. Boozang, que apoiou a decisão. Ele destacou ainda que a custódia dos Marshals impede a deportação imediata pelo ICE (Immigration and Customs Enforcement).
Alves é acusado de conspiração para transporte ilegal de imigrantes entre maio de 2021 e agosto de 2022. De acordo com o Departamento de Justiça, ele operava em conjunto com cúmplices no Brasil e no México, facilitando a entrada de brasileiros pela fronteira dos EUA. Investigadores alegam que ele comprou mais de 100 passagens aéreas para cidades como Boston, Pittsburgh e Filadélfia, além de lavar dinheiro e enviar centenas de milhares de dólares para auxiliar na imigração ilegal.
O caso integra a Operation Take Back America, iniciativa federal para combater organizações criminosas transnacionais ligadas ao tráfico de pessoas. O histórico de Alves inclui condenação por crimes similares na Califórnia em 2004, seguida por deportação em 2005. Segundo as autoridades, ele retornou ilegalmente aos EUA e vivia em Worcester sem status migratório.
Durante a audiência no Tribunal, vestindo um uniforme marrom-claro, Alves sorriu e acenou para duas mulheres na plateia, identificadas como amigas — que se recusaram a comentar o caso com a imprensa. O advogado negou ligação entre a prisão e as políticas imigratórias do governo Trump, classificando-a como "questão de timing".
A próxima audiência ainda não foi marcada. Enquanto isso, as autoridades reforçam que a operação visa "proteger comunidades americanas da violência e do crime organizado".