Juiz determina que caso de ativista da Columbia University enfrentando deportação permaneça em New Jersey

Um juiz federal decidiu nesta terça-feira (01) que o caso de Mahmoud Khalil, ativista pró-Palestina da Columbia University ameaçado de deportação, continuará sendo julgado em New Jersey, rejeitando o pedido do governo para transferi-lo para a Louisiana, onde ele está detido desde março.

A decisão do juiz Michael Farbiarz, da Corte Distrital dos EUA, mantém a jurisdição em Nova Jersey porque Khalil estava sob custódia em Elizabeth quando seu advogado entrou com o pedido de libertação em 9 de março.

"Este caso, protocolado às 4h40 de 9 de março, pode prosseguir em Nova Jersey porque foi ali que o peticionário estava confinado naquele momento", escreveu Farbiarz em sua decisão de 67 páginas.

O Departamento de Justiça, representando a administração Trump, argumentou que o caso deveria ser julgado na Louisiana, onde Khalil está atualmente detido. Os advogados do ativista, no entanto, acusaram o governo de "forum shopping" — tentativa de levar o processo a um tribunal mais favorável à sua posição.

"O governo não pode manipular a jurisdição dos tribunais dos EUA em uma tentativa transparente de proteger seu comportamento inconstitucional — e francamente assustador", disse Baher Azmy, um dos advogados de Khalil.

Khalil, residente permanente legal e casado com uma cidadã americana grávida de nove meses, não enfrenta acusações criminais. No entanto, o governo alega que seus protestos anti-Israel na Columbia University equivalem a apoio ao Hamas, grupo classificado como terrorista pelos EUA — motivo pelo qual buscam revogar seu green card.

Sua esposa, Noor Abdalla, que espera o primeiro filho do casal para este mês, comemorou a decisão:

"É um alívio, mas ainda há muito a ser feito. Com a chegada iminente do nosso filho, continuarei lutando pela liberdade de Mahmoud para que ele possa estar ao meu lado no nascimento", afirmou em comunicado.

A equipe jurídica de Khalil agora focará em conseguir sua libertação da detenção imigratória. O caso tem atraído atenção nacional, destacando debates sobre liberdade de expressão, imigração e segurança nacional.

Fonte: Da redação