Publicado em 14/04/2025 as 10:00pm
Equipe de Rio Preto vai representar o Brasil em competição mundial de robótica nos EUA
Estudantes do SESI Senai desenvolvem robô de alta performance e embarcam para campeonato mundial em Houston; projeto alia tecnologia e impacto social
Um robô de 1,5 metro de altura, com capacidade para atingir seis metros por segundo, colocou São José do Rio Preto (SP) entre as referências nacionais em robótica educacional. Desenvolvido por alunos do SESI Senai, o equipamento conquistou o segundo lugar em uma das principais competições de robótica do país, realizada em Brasília (DF), e agora levará a equipe para representar o Brasil no mundial que acontece entre os dias 16 e 19 de abril, em Houston, no Texas.
Batizado de Stephen Hawking — em homenagem ao renomado físico britânico —, o robô foi construído por 24 estudantes, com idades entre 16 e 17 anos, que integram a equipe de robótica da instituição. O projeto se destaca tanto pela complexidade técnica quanto pelo engajamento social promovido pelos alunos ao longo do desenvolvimento.
Durante a competição nacional, que reuniu 66 equipes do Brasil e da Argentina, os jovens foram desafiados a programar e pilotar o robô em missões que simulavam cenários ligados ao oceano, tema da edição deste ano. Um dos diferenciais do projeto é o desempenho em modo autônomo, além da pilotagem remota com comandos via internet.
“Nos primeiros 15 segundos do jogo, o robô se move sozinho, com base em rotas programadas em Java. Depois, durante dois minutos e quinze segundos, dois integrantes da equipe assumem o controle manual”, explica Pedro Goulart, de 16 anos, um dos programadores do grupo.
Agora, os alunos trabalham para aprimorar funcionalidades estratégicas, como a escalada — elemento que pode render pontos decisivos na competição internacional. “Na etapa nacional, não conseguimos concluir essa parte. Estamos focando nesse mecanismo para ganhar até 12 pontos extras no mundial”, afirma Augusto Berrochal, de 17 anos.
Além do rigor técnico, o projeto também se destaca pelo impacto social promovido pelos estudantes. A equipe realizou ações educativas com a AMIC, instituição de apoio a crianças com cardiopatia e câncer, levando conceitos de ciência e tecnologia a um público que, normalmente, não tem acesso a esse tipo de conteúdo.
“É uma forma de tornar a robótica mais acessível, de inspirar essas crianças e mostrar que esse universo também pode ser delas”, comenta Ana Elisa Navarro, de 17 anos, integrante da equipe.
Segundo o professor e coordenador do grupo, Roberto Donaire, o projeto vai muito além da competição. “Eles aplicam conceitos de matemática, física, lógica de programação e ainda desenvolvem habilidades de comunicação, trabalho em equipe e responsabilidade social. É um trabalho completo, que transforma vidas.”
O bom desempenho marca o retorno de São José do Rio Preto ao cenário competitivo da robótica nacional, após dez anos sem subir aos pódios principais. A equipe embarca neste domingo (13) rumo aos Estados Unidos, onde enfrentará equipes de diversos países em uma disputa que exige excelência técnica e inovação.
“É um reconhecimento que não tem preço. Ver nossos alunos conquistando esse espaço é uma grande realização para todos nós”, conclui o professor Donaire.
Fonte: Da redação