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Publicado em 16/04/2025 as 4:00pm

Cidadã norte-americana, advogada de imigração recebe ordem para "se auto-deportar"

A advogada de imigração Nicole Micheroni, nascida no Hospital Newton-Wellesley e criada na...

A advogada de imigração Nicole Micheroni, nascida no Hospital Newton-Wellesley e criada na cidade de Sharon, Massachusetts, afirma ter sido surpreendida por um e-mail oficial do Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês) que exigia que ela deixasse os Estados Unidos em até sete dias — apesar de ser cidadã norte-americana por nascimento.

“Foi um choque. A primeira linha dizia: ‘Está na hora de você deixar os Estados Unidos’”, contou Micheroni. A carta, datada de 11 de abril, afirmava ainda que ela havia sido “admitida sob liberdade condicional nos Estados Unidos por tempo limitado” e que o DHS estava “exercendo sua discricionariedade para encerrar essa permissão”.

O caso chamou a atenção não apenas pela seriedade da mensagem, mas também pelo fato de Micheroni ser uma advogada especializada em direito imigratório, com formação em Wellesley College e longa atuação na defesa de imigrantes em situação vulnerável.

“Felizmente, eu tenho passaporte e certidão de nascimento dos EUA. Tenho como comprovar que sou cidadã americana. Mas e quem não tem esses documentos à mão? Ou quem não entende o que está acontecendo?”, questionou.

Segundo Micheroni, outros colegas da área também relataram terem recebido notificações semelhantes. A situação acendeu um alerta entre comunidades de imigrantes e até entre cidadãos naturalizados e nativos. “Recebemos ligações de residentes permanentes, pessoas com vistos válidos, e até cidadãos com medo de viajar”, afirmou.

O episódio coincide com o aumento das tensões em torno da política migratória nos Estados Unidos. Em Harvard, estudantes internacionais realizaram uma manifestação no fim de semana expressando preocupação com a possibilidade de cancelamento de seus vistos, temendo que a universidade não os proteja em caso de deportação.

Em resposta à situação, o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês) divulgou um comunicado explicando que, em alguns casos, mensagens foram enviadas a destinatários incorretos. “Se um endereço de e-mail não pessoal — como o de um cidadão norte-americano usado como contato por um estrangeiro — for incluído no sistema, notificações podem ser encaminhadas a pessoas erradas”, diz a nota.

A CBP afirmou ainda que está monitorando as comunicações e tratará cada caso individualmente.

Para Micheroni, o episódio revela algo mais profundo: a atmosfera de insegurança jurídica criada por políticas migratórias cada vez mais rígidas. “Há muita gente que tem o direito de estar aqui, mas está sendo informada, erroneamente, de que precisa sair. E, infelizmente, muitas dessas pessoas nem sabem que têm esse direito”, concluiu.

Fonte: Da redação

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