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Publicado em 17/04/2025 as 6:00pm

Trump propõe plano para legalizar imigrantes indocumentados que trabalham na área agrícola e em hotéis

Em um movimento que marca uma possível reviravolta em sua rígida política imigratória, o...

Em um movimento que marca uma possível reviravolta em sua rígida política imigratória, o ex-presidente Donald Trump sugeriu, durante uma reunião de gabinete nesta quinta-feira (10), a criação de um mecanismo que permitiria o retorno legal de trabalhadores indocumentados aos Estados Unidos, desde que suas saídas ocorram de maneira “ordenada” e com o respaldo de empregadores.

Trump afirmou que trabalhadores que atuam em setores como agricultura e hotelaria poderiam ser autorizados a voltar ao país legalmente, caso apresentem o aval de seus patrões. “Temos que cuidar dos nossos fazendeiros, dos hotéis e, vocês sabem, dos diversos lugares onde geralmente se precisa dessas pessoas”, declarou o ex-presidente na presença de repórteres. “Um fazendeiro poderá apresentar uma carta sobre certas pessoas, dizendo que são ótimos trabalhadores, que trabalham duro. Vamos desacelerar um pouco para eles e, no fim, vamos trazê-los de volta como trabalhadores legais.”

Ainda que os detalhes da proposta não tenham sido esclarecidos, Trump indicou que a saída voluntária seria um critério essencial para o retorno legal, dentro de um prazo possivelmente limitado a 60 dias. “Vamos trabalhar com eles desde o começo, para tentar trazê-los de volta legalmente. Isso cria um incentivo real. Caso contrário, nunca mais poderão voltar”, afirmou.

A declaração vem num momento em que o governo intensifica os esforços de deportação, incluindo prisões em domicílios, escolas e até em postos de checagem de imigração. Em março, estima-se que quase 300 pessoas foram deportadas, a maioria venezuelanas, muitas delas enviadas a um megaprision em El Salvador, sob acusações de envolvimento com a gangue Tren de Aragua — alegações contestadas por familiares.

A fala de Trump também ocorre em meio à pressão de setores econômicos que dependem da mão de obra imigrante. Cerca de 40% dos trabalhadores nas lavouras norte-americanas são indocumentados, segundo o Departamento de Agricultura. Já na indústria da hospitalidade — que inclui hotéis e restaurantes —, aproximadamente 1,1 milhão de trabalhadores eram imigrantes sem documentação legal em 2023, o equivalente a 7,6% da força de trabalho, de acordo com a American Immigration Council.

Líderes empresariais têm pressionado por mudanças nas políticas imigratórias. Em março, a campanha "Secure the Workforce", liderada pela American Business Immigration Coalition, mobilizou empresários em Washington para defender a concessão de permissões de trabalho a imigrantes. “O que estamos vendo é o início de uma negociação do que seria um plano de imigração sob Trump”, avaliou o advogado e empresário Artemio Muñiz, que participou do movimento.

Trump, que já utilizou o programa H-2B para contratação de trabalhadores estrangeiros em empreendimentos seus, sinalizou interesse em reformar tanto esse quanto o H-2A — que permite a contratação de imigrantes para trabalhos temporários e sazonais na agricultura. Críticos desses programas alegam que são frequentemente mal fiscalizados, expondo os trabalhadores a condições precárias.

Ao ser questionado sobre os comentários do ex-presidente, o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, reiterou a prioridade da atual administração: “Estamos comprometidos em cumprir o mandato dado ao presidente Trump pelo povo americano, com uma abordagem de todo o governo para garantir nossas fronteiras, aplicar as leis de imigração, deportar criminosos ilegais e colocar os EUA em primeiro lugar.”

Enquanto o debate avança, o setor agrícola e a indústria da hospitalidade seguem em alerta. A pandemia escancarou a importância dos trabalhadores imigrantes — muitos dos quais não documentados — para a economia americana. Agora, com a possível retomada de Trump à presidência em 2025, a política migratória volta ao centro do palco, entre promessas de endurecimento e sinais de pragmatismo.

Fonte: Da redação

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