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Publicado em 18/04/2025 as 2:00pm

Deputada trans Erika Hilton denuncia transfobia em emissão de visto pelos EUA

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou, nesta segunda-feira (15), um episódio de...

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou, nesta segunda-feira (15), um episódio de transfobia institucional cometido pelo governo dos Estados Unidos durante o processo de emissão de seu visto diplomático. O documento, necessário para uma viagem oficial ao país, foi expedido com o gênero masculino, em desacordo com os registros oficiais brasileiros.

Hilton, que é mulher trans e uma das primeiras parlamentares trans eleitas à Câmara dos Deputados, afirmou que o caso configura “violência institucional” e pediu uma resposta formal do Itamaraty. A deputada viajaria no sábado (12) para participar da palestra “Diversidade e Democracia”, durante a Brazil Conference, organizada por estudantes brasileiros da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Após o ocorrido, no entanto, ela decidiu cancelar a viagem.

Em entrevista ao portal Brasil de Fato, a deputada afirmou que o episódio não se trata apenas de um constrangimento pessoal, mas de uma violação diplomática. “É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira em missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, disse.

De acordo com Erika Hilton, a embaixada dos EUA já havia emitido um visto em seu nome com a identificação correta, em 2023. A mudança atual, segundo ela, teria sido motivada por um decreto assinado pelo ex-presidente Donald Trump em janeiro de 2025, que revoga o reconhecimento federal da identidade de pessoas trans nos Estados Unidos.

“Ao alterar dados constantes em documentos oficiais emitidos por outro país soberano, o governo norte-americano ultrapassa os limites diplomáticos e comete um ato de desrespeito grave”, afirmou a deputada. “É uma situação que ultrapassa o campo individual: trata-se de uma afronta à soberania brasileira e um exemplo claro de transfobia de Estado.”

Hilton classificou a medida como um abuso de poder e cobrou posicionamento do governo brasileiro. “Quando a transfobia ocorre em território estrangeiro, é papel do Itamaraty oferecer uma resposta diplomática à altura da gravidade do caso”, afirmou.

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.

Fonte: Da redação

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