Realizada no feriado do Patriot’s Day, a 129ª Edição da Maratona de Boston, uma das mais prestigiadas corridas do mundo reuniu mais de 32 mil corredores, dentre os quais, cerca de 600 brasileiros.
Anna Tygrezza Rodrigues
Sob céu parcialmente nublado e com temperaturas favoráveis para corrida, os atletas percorreram os tradicionais 42,1 km que se estendem de Hopkinton até a emblemática linha de chegada na Boylston Street, no coração de Boston. Entre os destaques da elite mundial, dois nomes quenianos dominaram os holofotes: John Korir venceu a prova masculina com folga, repetindo o feito do irmão Wesley Korir, campeão em 2012 — os dois agora fazem história como os primeiros irmãos a vencerem a Maratona de Boston. Na disputa feminina, Sharon Lokedi superou as expectativas ao cruzar a linha de chegada com o tempo de 2h17min22s, quebrando o recorde anterior do percurso em mais de dois minutos.
Contudo, os grandes feitos da Maratona de Boston não ficaram apenas entre os atletas da elite internacional. Entre as curvas desafiadoras de Newton e a temida subida de Heartbreak Hill, corredores brasileiros se destacaram com trajetórias que inspiram. Reconhecidos pela imprensa e aplaudidos pelo público ao longo do percurso, eles representaram o Brasil com a determinação inata do povo brasileiro.
Para o catarinense Guilherme Thomaz, de Florianópolis, veterano da prova, esta 12ª participação teve um sabor especial. “Essa foi a mais emocionante de todas. Nunca estive em um nível tão alto de pessoas competindo vindas do mundo inteiro. Contudo, ver tantas pessoas apoiando foi incrível. Para mim, a Maratona de Boston é a meca das maratonas, o que nos exige uma preparação árdua. Eu mesmo, para cruzar a linha de chegada abaixo das 3 horas, tive que me preparar por 6 meses fazendo de 80 a 90 km por semana, no calor intenso que faz em Florianópolis nesta época do ano”, relatou Thomaz, que finalizou a prova em 2h55min.
Já o paulista Jefferson Mello, de Franco da Rocha, viveu a emoção de participar pela primeira vez da maratona — e também de conhecer a cidade. “Embora seja minha primeira vez em Boston, esta já é a 26ª maratona que participo, e hoje eu tive o privilégio de bater o meu recorde pessoal, então, estou muito feliz por isso. Além do mais, conhecer a cidade e a região tem sido muito prazeroso. Compensa toda a preparação que, para mim, foi difícil”, contou, ainda emocionado após cruzar a linha de chegada.
De São João da Barra e participando pela primeira vez da Maratona de Boston, o educador físico Dione Miranda cruzou a linha de chegada em menos de 2h45. “Estou muito feliz por poder levar esse resultado para minha cidade, para meus familiares e meus alunos. Essa conquista vai para cada um deles, que me apoiaram e torceram por mim todo esse tempo.”
A edição de 2025 também marcou o 50º aniversário da divisão oficial de cadeiras de rodas. O suíço Marcel Hug reafirmou sua hegemonia ao conquistar seu oitavo título em Boston, enquanto a americana Susannah Scaroni venceu pela segunda vez entre as mulheres. A cerimônia de abertura homenageou os grandes marechais do evento, Bill Rodgers e Bob Hall, nomes que fazem parte da história da corrida desde os anos 1970.