Publicado em 16/11/2010 as 12:00am
Dólar atinge maior cotação em mais de dois meses
Moeda americana fechou o dia em alta de 0,92%, vendida a R$ 1,740. Ameaça de intervenção do governo brasileiro também pressiona cotação.
A divisa norte-americana avançou 0,92%, a R$ 1,740 na venda. É a maior cotação desde 1º de setembro, quando o dólar fechou a R$ 1,747.
No mês, o dólar acumula valorização de 2,17%, mas, no ano, ainda tem leve queda de 0,17%.
"Essa alta do dólar tem motivos particularmente externos. Os problemas de dívida na Irlanda e de inflação na China estão preocupando os mercados, que correm para ativos mais seguros", disse Reinaldo Bonfim, diretor da Pionner Corretora.
As bolsas de valores globais e as commodities sofriam consideráveis perdas neste pregão, numa onda de aversão a risco em meio a temores de que a Irlanda não consiga pagar suas dívidas.
Apesar dos problemas que vêm afetando as finanças do país, Dublin nega a necessidade de um socorro emergencial, mas, segundo o Wall Street Journal, autoridades europeias avaliam um pacote entre 80 bilhões e 100 bilhões de euros.
Em discurso ao Parlamento, o premiê irlandês, Brian Cowen, disse que a União Europeia e a Irlanda devem encontrar uma solução confiável para a crise de dívida, que tem levado os custos de empréstimos por Dublin às máximas recordes desde a criação do euro.
Não bastassem os problemas na Europa, a China também não deu trégua aos investidores. Pequim anunciou que vai efetuar controle sobre preços de alimentos e combater especulações nas commodities agrícolas, numa tentativa de frear a inflação.
A medida sugere que o país pode estar prestes a adotar um novo aperto monetário, o que reduziria o apetite por matérias-primas, principal produto da pauta de exportações brasileira.
Os analistas do HSBC lembraram que o real vem demonstrando um desempenho mais fraco nos últimos pregões, citando que pesadas posições vendidas em dólar tornaram as cotações mais vulneráveis à correção.
"O real também tem sofrido por ameaças de intervenção. Investidores permanecem nervosos e não inclinados a voltar para a moeda, sabendo do risco de mais medidas de controle de capital", disseram em relatório.
Fonte: (G1)