Publicado em 25/05/2013 as 12:00am
Dólar fecha na maior cotação do ano com temor sobre estímulos nos EUA
Moeda subiu 0,32%, para R$ 2,0525. Perspectiva de inflação alta deve pressionar para cima a cotação da moeda.
O dólar fechou em leve alta ante o real nesta sexta-feira (24), e alcançou a maior cotação do ano, com investidores preocupados com uma possível redução do estímulo monetário nos Estados Unidos.
A alta, no entanto, foi limitada pela atuação de exportadores que aproveitaram a cotação mais alta para antecipar contratos.
A moeda subiu 0,32%, para R$ 2,0525. Veja cotação
Na semana, a moeda teve alta de 0,70% e no mês, de 2,55%. No ano, a alta do dólar é de 0,38%.
"A tendência (do dólar) é de alta", afirmou o operador da Intercam Corretora Glauber Romano, lembrando as incertezas sobre o futuro do estímulo monetário do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.
O chairman do Fed, Ben Bernanke, disse recentemente haver a possibilidade de diminuir o ritmo de compras de ativos em uma das próximas reuniões, se a recuperação econômica der sinais de sustentação.
Tendencia de alta
Além disso, ele acredita que a tendência do dólar é de alta por conta da inflação mais alta e do déficit em conta corrente, que atingiu 3% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez em mais de uma década no mês passado.
Desde o início do mês até o fechamento de quinta-feira, o dólar subiu 2,2%, encostando em R$ 2,05. Tal cotação atraía exportadores nesta sessão, que antecipavam contratos e evitavam uma valorização mais expressiva do dólar.
"Na nossa mesa está tendo bastante fluxo de entrada. O exportador tem feito bastante ACC (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio", disse Romano.
A recente valorização do dólar deixava o mercado alerta para uma possível intervenção do Banco Central. Alguns analistas apostam em atuações com a moeda próxima a R$ 2,07. Outros, no entanto, esperam uma sinalização mais clara da autoridade monetária para definir um limite.
"Estamos reavaliando que aquele teto pode se deslocar para cima. O dólar ainda preocupa do ponto de vista de inflação, o que reforça a expectativa de que o BC irá intervir em algum momento", disse o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki, que antes via uma atuação possível com o dólar perto de R$ 2,03.
Fonte: www.globo.com