Publicado em 29/06/2013 as 12:00am
Poder dos EUA foi construído com crises e Estado, dizem acadêmicos
Poder dos EUA foi construído com crises e Estado, dizem acadêmicos
A afirmação está na conclusão de "The Making of Global Capitalism, the Political Economy of American Empire" (A Construção do Capitalismo Global, a Política Econômica do Império Americano, editora Verso), dos canadenses Leo Panitch e Sam Gindin.
Não, esse não é um livro sobre os atuais protestos no Brasil ou em outros lugares. Trata da história e da economia norte-americana desde o final do século 19 até os dias de hoje. Mostra os passos para a construção do poder dos EUA, enfatizando o papel do Estado no processo.
Panitch é cientista político, e Gindin, economista. Ambos são professores da Universidade de York, em Toronto (Canadá) e estruturaram o livro seguindo linhas marxistas.
Até chegar à conclusão acima, descrevem momentos de exuberância, crises, resgates. Ressaltam a importância do Tesouro e do Banco Central (Fed) na definição de políticas que consolidaram a força norte-americana no mundo.
ESTADOS E MERCADO
Os autores começam desconstruindo a "falsa dicotomia entre Estados e mercados". Narram como o Estado atuou para estabelecer regras para a propriedade e competição que facilitaram a expansão das empresas dos EUA e a acumulação de capital.
Tarifas de proteção à produção nacional, programas de infraestrutura, financiamento à inovação: tudo foi usado para a montagem do poder americano no início do século 20. Na área externa, deu apoio a ditadores locais e a proprietários de terras, o que ajudou a bloquear desenvolvimento.
Fornecedor vital de materiais e dinheiro na Primeira Guerra Mundial, os EUA deslancharam o seu papel de potência mundial nos anos 1920. No final daquela década, produziam mais de 80% dos carros do mundo.
Veio a crise de 29, o New Deal, a Segunda Guerra Mundial. O livro aponta que o acordo de Bretton Woods significou a institucionalização do papel predominante dos EUA na gestão monetária internacional e o Plano Marshall enquadrou a Europa.
Fonte: www.uol.com