Publicado em 6/09/2013 as 12:00am
Disparada da OGX guia Bolsa ao maior nível em mais de três meses
Disparada da OGX guia Bolsa ao maior nível em mais de três meses
As ações da OGX tiveram ganho de 26,83%, a R$ 0,52, depois de terem subido mais de 40% ao longo do dia refletindo a decisão da empresa de acionar um aporte de até US$ 1 bilhão de Eike Batista. Esses papéis representam mais de 4% do Ibovespa.
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Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta sexta-feira, a OGX disse ter exercido a opção que possui contra Eike Batista, seu controlador, para que ele subscreva novas ações da companhia no total de US$ 1 bilhão.
A operação é chamada de "put" e prevê o desembolso imediato de US$ 100 milhões por Eike. Segundo o comunicado, o saldo do aporte dependerá das necessidades adicionais de caixa, e o valor será decidido pela administração da empresa.
Pela "put", Eike terá que comprar novas ações da OGX por R$ 6,30 cada, até o máximo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,33 bilhões). O valor é muito superior ao preço de R$ 0,41 em que fecharam esses papéis ontem.
"A forte alta das ações da OGX no início do dia foi uma reação imediata ao exercício da 'put'. Aos poucos a ação foi perdendo um pouco de força porque o mercado começou a se dar conta de que o empresário não tem todo esse dinheiro", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.
Também contribuiu para o desempenho positivo do Ibovespa hoje os dados do mercado de trabalho divulgados nos Estados Unidos, que vieram mais fracos que o esperado, o que pode adiar a redução do estímulo monetário do banco central do país (Federal Reserve).
Em agosto, foram criados 169 mil empregos fora do setor agrícola nos Estados Unidos, resultado menor que o esperado pelo mercado. A taxa de desemprego no país caiu para 7,3%, menor nível em quatro anos e meio à medida que os trabalhadores desistiram de procurar trabalho, complicando a decisão do Fed sobre reduzir ou não seu estímulo monetário ainda neste mês.
"Os números vieram abaixo do esperado. O mercado de trabalho é uma das principais referências que o Fed leva em conta em suas decisões de política monetária, por isso, diante dos números de hoje, a autoridade deve adiar o corte nos estímulos, o que traz um alívio momentâneo ao mercado", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.
Desde 2009, o Federal Reserve recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos do governo americano para injetar recursos na economia. Como parte do dinheiro vira investimentos em outros países, inclusive o Brasil, a possibilidade de um corte no incentivo já em setembro, quando haverá uma nova reunião do Fed, desagrada o mercado.
Investidores preveem ainda que, encerrada a recompra de títulos, o próximo passo será o aumento do juro dos EUA, hoje quase zero. Juro mais alto deixa os títulos do Tesouro americano, remunerados pela taxa, mais atraentes que aplicações de maior risco, como Bolsas, especialmente de emergentes.
No Brasil, o mercado avaliou também o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou alta de 0,24% em agosto, após apresentar variação de apenas 0,03% em julho --a mais baixa taxa na naquela ocasião desde julho de 2010.
CÂMBIO
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em queda de 1,6% em relação ao real, cotado em R$ 2,297 na venda. Na semana, houve queda de 3,49%.
Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, cedeu 0,86% nesta sexta-feira, para R$ 2,304.
A queda do dólar hoje, segundo operadores, reflete o maior apetite de investidores por ativos de risco, como moedas de países emergentes, graças ao relatório de emprego nos Estados Unidos ter ficado abaixo das expectativas.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio até o final do ano. A autoridade promoveu hoje um leilão de linha de crédito, vendendo US$ 1 bilhão com compromisso de recompra.
A taxa de recompra em 2 de abril do ano que vem foi de R$ 2,4147, segundo informou a autoridade monetária.
Fonte: www.uol.com