Publicado em 13/04/2015 as 12:00am
Empresa de picolé de Goiás vai entrar nos EUA
Como um negócio que começou num cômodo de uma casa do Setor Coimbra em Goiânia conseguiu ter acesso ao mais exclusivo e importante mercado do mundo
Não é segredo para os homens de negócios que, se uma mercadoria tem a chancela americana, a expansão para outros mercados é apenas um passo. O grupo goiano JBS-Friboi, por exemplo, tem colecionado sucesso empresarial ao redor do mundo depois de conquistar o mercado americano por meio de fusão ou de aquisição de grandes frigoríficos. No caso dos picolés de frutas do Cerrado, o que parecia ser um negócio rudimentar e banal tem se transformado em um sofisticado empreendimento que acaba de acertar o primeiro movimento para quem sabe se tornar um player global do ramo alimentício.
A marca Frutos do Brasil tem se valorizado no decorrer dos anos e atualmente comercializa seus produtos por meio de lojas franqueadas em nove Estados brasileiros — Goiás, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhã, Ceará e Pará — e o Distrito Federal. Na fábrica localizada no Setor Sudoeste, em Goiânia, são produzidos 15 mil picolés por dia — 360 mil mensais — e 1,2 mil litros de sorvete. Para dar conta da atual demanda do mercado brasileiro e da expansão rumo ao americano, Ismael Alves de Almeida, filho de Clóvis José, adquiriu recentemente uma nova máquina que vai proporcionar a produção de mais de 1 milhão de picolés por mês.
O novo maquinário que deve entrar em operação nesta semana vai produzir 4,5 mil picolés por hora, ou seja, cerca de 27 mil por dia. Armazenados numa câmara fria de 104 metros quadrados à temperatura de 34º C negativos, de lá, os gelados são encaixotados e levados para os caminhões-baú da frota da empresa, que saem diariamente da fábrica rumo às lojas franqueadas espalhadas pelo Brasil. Os picolés que em breve vão sair de Goiânia rumo à Flórida serão transportados em um contêiner especial, dotado de refrigeração. Esses produtos sairão do Estado em direção de Santos (SP), onde serão embarcados em um navio que fará o transporte até os Estados Unidos.
Tudo começou quando o Frutos do Brasil participou de uma feira de exposições de negócios, realizada em março de 2013 em Washington, a capital americana. Surpreendentemente, os picolés de frutas do Cerrado chamaram a atenção de investidores. Um grande número de visitantes começou a aglomerar em seu estande. Dentre os curiosos ávidos por conhecerem de perto a excêntrica novidade, havia um grupo de empresários americanos que detém uma rede de 50 postos de combustíveis e de 60 lojas de conveniência espalhadas pelos Estados Unidos. Será por meio deste grupo empresarial que os sorvetes e picolés “made in Goiás” vão adentrar a América a partir da Flórida.
Entretanto, essa não foi a única vez em que o negócio teve a oportunidade de se expandir para além das fronteiras nacionais. Em outubro do ano passado, o cônsul do Reino Unido esteve pessoalmente em Goiânia, interessado em montar uma fábrica da empresa em Londres. Porém, o plano de levar os sabores do Cerrado aos súditos de Vossa Majestade teve que ser abortado. Isso por conta do alto custo que o empreendimento demandaria para a montagem de uma linha de produção no coração da Inglaterra. Mas, Ismael Alves avisa que o mercado europeu, por enquanto, ainda não saiu do radar da empresa. Segundo ele o movimento do negócio para o outro lado do Atlântico vai ocorrer no momento certo e nas circunstâncias certas.
Fonte: Da Redação