Publicado em 3/12/2015 as 12:00am
Economia vai ser a 3ª vítima da guerra entre Cunha e Dilma
Economia a beira de um colapso
Além de Dilma e Eduardo Cunha, a economia brasileira pode ser a maior vítima da guerra declarada entre a petista e o peemedebista em torno do pedido de impeachment e, para evitar uma depressão profunda no país, será preciso articular com líderes do Congresso medidas para evitar um clima de paralisia geral no Brasil.
A avaliação foi feita nesta quarta-feira (2) à noite em telefonemas trocados por pesos pesados do empresariado nacional, preocupados com a repercussão do aprofundamento da crise política sobre uma economia que já caminha para uma retração de 4% neste ano e de 3% em 2016.
Segundo a Folha apurou, empresários pretendem conversar com líderes políticos dos principais partidos para tentar isolar a pauta econômica da política. Caso contrário, avaliam, o país entrará num processo de agravamento do cenário econômico sem precedentes.
Um deles disse à Folha que não se pode apostar na avaliação de alguns líderes políticos de que o país encontrará uma saída para sua crise após o desfecho do processo de impeachment aceito nesta quarta pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ).
Segundo ele, isso pode valer para a crise política, mas não para a economia. Para ele, o empresariado e os trabalhadores não podem ficar aguardando o vencedor da guerra política para melhorar a economia brasileira. O custo, diz o empresário, será altíssimo para o mundo real do país.
Por outro lado, empresários avaliam que a guerra declarada nesta quarta entre o peemedebista e a petista terá o lado bom de resolver o impasse em que o país havia entrado, que estava gerando um imobilismo no governo, afetando o ritmo da economia brasileira.
No lado da economia, por sinal, a equipe econômica vai começar esta quinta-feira (3) em estado de alerta, monitorando as reações dos mercados à decisão de Eduardo Cunha de acatar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A avaliação das equipes de Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) é que o clima, nesta quinta, seria pior se o governo não tivesse conseguido aprovar a mudança da meta fiscal deste ano, que permitirá à União fechar o ano com um deficit de até R$ 119,9 bilhões.
A medida foi aprovada nesta terça, no mesmo momento em que o peemedebista anunciava sua decisão. Levy e Barbosa vão atuar na mesma linha do empresariado e querem conversar com líderes políticos para manter a agenda de votação das medidas do ajuste fiscal.
Fonte: folha.com.br